Uma combinação de otimismo externo com ações tomadas pelo Banco Central (BC) fez o dólar desabar nesta quinta-feira (10) e fechar no valor mais baixo desde junho. A bolsa de valores superou os 115 mil pontos e renovou o nível máximo desde fevereiro.
O dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 5,038, com recuo de R$ 0,134 (-2,6%). Depois de operar próxima da estabilidade durante a manhã, a cotação firmou a tendência de queda ao longo da tarde. A divisa está no menor nível desde 10 de junho, quando tinha fechado a R$ 4,93.
No mercado de ações, o dia foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa, da B3, encerrou esta quinta aos 115.038 pontos, com alta de 1,8%. O indicador está no maior nível desde 19 de fevereiro, quando tinha encerrado em torno dos 116,5 mil pontos.
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Além do otimismo no mercado internacional, com avanços nas vacinas contra a covid-19, o mercado refletiu medidas do Banco Central no dia seguinte à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve os juros básicos da economia em 2% ao ano.
Em nota divulgada após a reunião, o Copom informou que trabalha com inflação de 3,4% em 2021 num cenário em que os juros comecem a subir para 3% ao ano no decorrer do próximo ano. Taxas mais altas tornam países emergentes, como o Brasil, mais atrativos para os investidores estrangeiros, pressionando o dólar para baixo.
Paralelamente, o BC está ampliando a oferta de swaps cambiais, que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, em dezembro. Hoje, a autoridade monetária vendeu US$ 800 milhões de contratos novos. Caso o ritmo seja mantido, o BC pode encerrar o mês tendo vendido US$ 9,6 bilhões a mais que os contratos que vencerão em janeiro.
Os swaps estão sendo vendidos para reduzir a demanda de bancos que estão comprando dólares perto do fim do ano.