Dívida do Bitcoin Banco é de R$ 2,7 bilhões, diz administrador da Recuperação Judicial

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Claudio Oliveira (centro) com Amaury Jr. e Ratinho. (Foto: Divulgação)

As contas apresentadas pelo Grupo Bitcoin Banco (GBB) não fecham com os valores expostos na lista de credores informada. De acordo com o relatório da empresa EXM partners, administradora da recuperação judicial do GBB, o valor da dívida é de R$ 2,7 bilhões — muito superior aos R$ 507 milhões apresentados pela empresa criada por Claudio Oliveira.

Essa diferença de valores fez com que a administradora solicitasse informações sobre as composições do passivo e a abertura das referidas rubricas contábeis. O Bitcoin Banco, porém, até o último dia 16 não atendeu ao pedido.

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Ao longo do relatório, a EXM aponta um série de incongruências e afirma que solicitou novos dados para poder verificar os valores. Contudo, os pedidos não foram atendidos.

Esses dados são do relatório inicial de atividades conduzido pelo administrador judicial do GBB, nomeado pela Justiça, Eduardo Scarpellini. O documento foi apresentado à 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, onde corre o processo.  

O documento de 26 páginas questiona a todo momento os dados apresentados pelo Bitcoin Banco.

Em um dos pontos contestados, a empresa afirma que teve apresentou resultado positivo de R$ 12 milhões até setembro de 2019. O relatório discorda e diz que o dado não “reflete a realidade”, pois não apresentam as despesas referentes aos pagamentos dos rendimentos. Além disso, não mencionam os prejuízos dos saques duplicados.

O ponto fundamental do documento é sobre a dívida do total das empresas de Claudio e Lucinara Oliveira. O Bitcoin Banco diz que se trata de um dívida de R$ 500 milhões. O documento fala em R$ 2,7 bilhões.

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Ao ser questionado sobre a diferença, o Bitcoin Banco afirmou estar “trabalhando na regularização de sua contabilidade” e que havia contratado um empresa especializada para revisar as demonstrações.

Não há, por exemplo, informações sobre a quantidade de bitcoins que a empresa controla. Na visita, diz o relatório, foi verificado a existência da criptomoeda nas wallets do Bitcoin Banco, mas a quantidade não é mencionada.

Para maior transparência no processo de Recuperação Judicial, foi pedido os dados de todas as movimentações de 2019. A empresa, contudo, não repassou a informação.

Desculpas do Bitcoin Banco

Um dos motivos para a falta de alguns dos dados foi por causa do calote que o GBB deu na Amazon Web Services.

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O presidente do grupo, Eduardo Vaz, declarou para EXM Partners que esse fato vem “impedindo o fornecimento da documentação solicitada”, uma vez que se encontra inacessível o ERP (sistema que engloba os dados contábeis, financeiros e operacionais).

O GBB afirmou que Claudio Oliveira já havia pago o montante de US$ 181.608,87 para a empresa Amazon, e que “as recuperandas estão no aguardo da liberação do acesso aos servidores para normalização do sistema de criptomoedas e ERP”.

A administradora judicial, no entanto, mencionou no documento que não há razão para a suspensão desses serviços por parte da Amazon, uma vez que ela está listada como credora concursal a fim de receber os R$ 730.372,59 e deve desta maneira se sujeitar às mesmas regras inerentes aos demais credores. 

Atualmente, todas as empresas do grupo estão com apenas 30 funcionários no total, que estão assim alocados: 3 na “Bitcurrency”, 1 na “Dream World”, 2 na “Opencoin”, 2 na “Zater”, 15 na “Principal” e 7 na holding “CLO Investimentos e Participações S/A”. Essa última empresa mencionada não faz parte do rol das recuperandas. 

A realidade desses funcionários ainda na ativa e daqueles que foram dispensados é de atraso de mais de dois meses de salário. Já se cogita que a dívida total trabalhista ultrapasse a esfera de um milhão de reais.

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Apesar de todos os problemas encontrados, o administrador diz que encontrou a empresa em atividade e com funcionários ativos, o que seria relevante para o processo de Recuperação Judicial.


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