Diretor do BNDES dá detalhes técnicos sobre a criação da Rede Brasil de Blockchain

A blockchain brasileira será desenvolvida por meio da Hyperledger Besu 2.0 e buscará ser a mais simples possível
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Gladstone Arantes, diretor de blockchain do BNDES (Foto: Fernando Martines/Portal do Bitcoin)

O governo brasileiro está criando a Rede Brasil de Blockchain (RBB). Não é uma ideia nova: o projeto começou a ser idealizado em 2018. Mas na segunda-feira (14), Gladstone Arantes, chefe de iniciativas de blockchain do BNDES, trouxe novos detalhes sobre o projeto durante o Ethereum.Rio, evento da Ethereum Foundation que ocorre no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

A RBB irá rodar na Hyperledger Besu 2.0, um sistema com protocolo de consenso baseado em prova de autoridade (“proof of authority”), no qual não haverá mineração. O objetivo parece ser simplificar a rede ao manter uma camada de controle junto aos agentes estatais.

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“O que acontecia no governo brasileiro e ainda acontece é que, para cada caso de uso, se cria a própria infraestrutura e network. Isso bloqueia a inovação. É como se fossemos fazer o Google, mas antes tivéssemos que fazer a internet. Por isso, após discutirmos com nossos parceiros, vimos que era uma necessidade criar uma estrutura única e é isso que estamos fazendo com a Rede Blockchain Brasil”, disse Gladstone.

Segundo o diretor do BNDES, a RBB é inspirada em projetos já existentes da América Latina, Europa e Espanha, e a meta é aumentar exponencialmente a transparência dos gastos públicos.

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência), a universidade PUC-Rio, a Prodemge (Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais), Prodest (Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo) e a IDB LAB (laboratório de inovação do American Development Bank Group).

Além disso, todos os passos do projeto estão sendo alinhados com o Tribunal de Contas da União, órgão responsável por fiscalizar os gastos públicos brasileiros feitos por todas as empresas, agências, entes governamentais e pessoas (sejam elas em cargo público ou não).

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“Estamos buscando um jeito de tornar acessível a blockchain para cada cidadão, para que ele possa fazer sua auditoria. Então estamos tentando montar a estrutura mais simples possível, pois precisamos começar de algum lugar”, concluiu Gladstone.