Diretor da Binance fugiu com passaporte contrabandeado, afirma Nigéria

Conselho Nacional de Segurança da Nigéria afirma que já está em contato com Interpol para emitir um mandado de prisão internacional
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Foto: Shutterstock

O executivo da Binance que fugiu da Nigéria teria usado um passaporte contrabandeado para o país. Agora, as autoridades locais querem que a Interpol emita uma mandado de prisão internacional contra o diretor da corretora. As informações são do jornal The Sun Nigeria

Nadeem Anjarwalla fugiu da casa de hóspedes em que estava detido, onde aguardava os desdobramentos das acusações de fraude e evasão fiscal que o governo da Nigéria fez contra a Binance. O executivo, gerente regional da Binance para a África, foi preso em fevereiro com o chefe de compliance da corretora, Tigran Gambaryan. Ele era esperado para comparecer em nova audiência no dia 4 de abril.

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Os detalhes da fuga foram divulgados por Zakari Mijinyawa, chefe de comunicações do Conselho Nacional de Segurança da Nigéria (NSA), em uma comunicado oficial: “A investigação preliminar mostra que o Sr. Anjarwalla fugiu da Nigéria usando um passaporte contrabandeado”. 

Além disso, o porta-voz da NSA informou que os agentes responsáveis pela custódia do executivo da Binance estão presos e sendo alvos de investigação para identificar se houve algum auxílio para a fuga.

A autoridade ainda disse que a Binance é investigada em um contexto de suspeitas globais contra a empresa: “Lembre-se de que o Governo Federal da Nigéria, como outros governos ao redor do mundo, tem investigado transações de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo perpetradas na plataforma de câmbio de criptomoedas Binance”.

Sobre a cooperação com entidades internacionais, o porta-voz afirmou apenas que “agências de segurança estão trabalhando com a Interpol para um mandado de prisão internacional sobre o suspeito”.

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A Binance se pronunciou por meio de um comunicado assinado pela porta-voz, Samantha Fuller, que disse estar ciente de Nadeeem não está mais em custódia na Nigéria. 

Fuller completou dizendo que a principal preocupação da Binance “continua sendo a segurança de nossos funcionários e estamos trabalhando em colaboração com as autoridades nigerianas para resolver rapidamente este problema”.

Prisão na Nigéria

A dupla foi detida na Nigéria em fevereiro, embora na época ainda não tivessem sido apresentadas acusações criminais contra eles. Na ocisão, as autoridades do país investigavam corretoras de criptomoedas.

Nos termos de uma ordem judicial, a agência anticorrupção da Nigéria, a Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros, foi autorizada a deter Anjarwalla e Gambaryan durante 14 dias até o início de março. Depois disso, foi realizada audiência para conceder a prorrogação da ordem judicial.

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Como parte da investigação, a Nigéria exigiu que a Binance fornecesse informações sobre os 100 principais usuários do país e seu histórico de transações nos últimos seis meses.

Binance é acusada de evasão fiscal

Separadamente, a Receita Federal da Nigéria (FIRS) apresentou acusações de evasão fiscal contra a empresa, bem como contra Anjarwalla e Gambaryan.

As acusações apresentadas no processo incluem alegações de não pagamento de IVA, Imposto de Renda Empresarial, falta de apresentação de declarações fiscais e falta de registro no FIRS para razões fiscais.

A exchange também é acusada de cumplicidade em ajudar clientes a sonegar impostos.