O mercado financeiro é azul marinho. Essa lembrança surge ao lembrarmos dos executivos dos bancos tradicionais que povoam as alamedas que podem ser Francas e Lorenas, mesmo assim, predominantemente masculinas.
Mesmo as calças caqui e os sapatênis da Faria Lima, ainda não mudaram o visual da forma necessária. As calçadas ficaram mais descontraídas, mas ainda masculinas.
A criptoeconomia surgiu como uma alternativa à democratização do acesso ao mercado financeiro, o que exige, necessariamente, um acesso mais equilibrado entre mulheres e homens. Mas os investidores em bitcoin e outras criptomoedas são predominantemente masculinos.
Segundo o Relatório Global sobre Mulheres e Criptomoedas, realizado pelas pesquisadoras Marina Spindler e Paulina Rodriguez, as mulheres representam em média 25% dos investidores em criptoativos.
Os motivos são diversos, mas foi possível observar que em muitos casos, as mulheres deixam para seus maridos e companheiros a tarefa de investir, e muitos deles acabam por escolher os antigos papéis da economia tradicional.
A criatividade da criptoeconomia tem “fit” com o universo feminino. Seus produtos representam mercados e aplicações distintas, como games, artes e mercados específicos de consumo, totalmente alinhados com as necessidades femininas.
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Num planeta onde ainda é possível ouvir declarações abjetas de homens que gostariam de se aproveitar de mulheres que fogem das guerras e da violência sexual, ter sua própria carteira digital poderia ser um símbolo de autonomia e libertação às mulheres.
Autonomia e libertação, porém, exigem investimentos em educação. Nossos conteúdos ainda são muito masculinos e precisam retratar o dia a dia das mulheres, seus dilemas e desafios. Isso é uma missão para todos os educadores e educadoras financeiras deixarem seus conteúdos digeríveis e alinhados ao universo feminino.
Convido todas as mulheres a conhecerem um pouco mais sobre investimentos em criptoativos no curso “5 passos para investir em bitcoin” da Blockchain Academy.
Nosso produto ainda precisa evoluir mais para se tornar mais alinhado às necessidades femininas, mas ele foi feito por profissionais diversos, entre eles, muitas mulheres, que também compartilham dos dilemas universais femininos e poderá ajudar as mulheres e terem sua própria carteira de investimentos cripto e assim, autonomia financeira.
Um excelente Dia das Mulheres a todas as investidoras cripto e aquelas que serão em breve!
Sobre o autor
Fábio Moraes é CEO da Blockchain Academy, onde desenvolve programas educacionais em blockchain, criptoeconomia e inclusão social. Doutor em Administração pela FEA-USP, mestre e bacharel em Economia pela PUC-SP. Professor de Finanças, Cultura e Gestão Estratégica de Pessoas no Insper.