Defesa de fundador da FTX tenta mostrar “história alternativa” em último dia de julgamento

Advogado de Bankman-Fried tentou mostrar que ele “agiu de boa fé” e que não quis prejudicar os clientes da FTX
Sam Bankman-Fried

Sam Bankman-Fried, criador da FTX (Shutterstock)

O futuro do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, está agora nas mãos dos jurados, que a partir desta quinta-feira (2) podem tomar sua decisão se chegarem a um consenso. A quarta ficou marcada pelas emoções no tribunal conforme promotoria e defesa faziam seus comentários finais.

Em sua última tentativa, o advogado de SBF, Mark Cohen, tentou mostrar que seu cliente “agiu de boa fé” ao tentar administrar dois grandes negócios que eram a FTX e a Alameda Research. “Sam fez o possível para iniciar e operar dois negócios multibilionários em um novo mercado”, disse Cohen.

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“Algumas decisões deram certo. Algumas decisões acabaram mal”, completou o advogado.

Cohen ofereceu o que chamou de “história alternativa” ao que foi apresentado pelos promotores sobre o colapso da FTX. Ele disse que foram “falhas de comunicação do mundo real”, “erros” e “atrasos” que colocaram a exchange em perigo – e não a fraude por parte de SBF.

Do outro lado, os promotores tentaram mostrar que Bankman-Fried pelo menos sabia das fraudes que eram cometidas. “Não se trata de questões complicadas de criptomoedas [… ] Trata-se de engano. Trata-se de mentiras. Trata-se de roubo. Trata-se de ganância”, disse o promotor Nicolas Roos.

Em sua fala, Roos retomou um ponto que foi citado diversas vezes desde o primeiro dia de julgamento, de que “bilhões de dólares de milhares de pessoas desapareceram”, e ainda inverteu a ordem para aumentar o impacto: “Milhares de pessoas perderam bilhões de dólares”.

Segundo o site CoinDesk, o júri ouviu Roos com muita atenção, com vantagem para ele por ser o primeiro a discursar no dia. Já durante a tarde, quando a defesa fez seu encerramento, os jurados já mostravam sinais de cansaço e esgotamento.

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A partir desta quinta o júri se reúne para chegar a um veredito, que pode ser dado ainda hoje. Caso isso não ocorra, o julgamento será retomado a partir de segunda-feira (6).