O jogo Hamster Kombat se tornou um sucesso descomunal: são 300 milhões de usuários do Telegram tocando freneticamente na tela do celular para acumular moedas. Isso é mais do que a população brasileira e corresponde a quase um terço do total de usuários do aplicativo rival do WhatsApp em todo o mundo.
Não existem ainda dados individualizados para cada país, mas fica claro pela alta atividade nos grupos de Telegram que os brasileiros entraram de cabeça no jogo. O grupo entrevistado pelo Portal do Bitcoin tem um perfil em comum: são pessoas familiarizadas com o universo cripto, que jogam outros games do Telegram e possuem uma expectativa de ganho, mesmo que seja modesto.
Fernando Souza Azevedo, morador do estado da Bahia e que trabalha como trader de criptomoedas e com negócios online, conta que não tinha experiência com jogos do estilo tap-to-earn e entrou para o Hamster Kombat para experimentar. O brasileiro elogia algumas dinâmicas do jogo, como a estratégia de cartas e os jogos puzzle, mas ressalta que “ficar teclando múltiplas vezes para resgatar moedas chega a ser monótono e cansativo”.
O trader conta que conheceu o jogo por conta de propagandas e por usar com bastante frequência o Telegram. Seu objetivo é uma mistura entre entretenimento e expectativa de ganho financeiro e ele conta já ter tido uma frustração com outro jogo: “Meu plano é sempre cumprir as metas, pois sou competitivo e gosto de completar qualquer tarefa que seja, independente de ganhos reais. Mas receber valores que não me afetam em nada é frustrante, visto que já tive a experiência com o Pixelverse e não me agradou”.
Em breve, as moedas do Hamster Kombat poderão ser trocadas por tokens HMSTR, que serão negociados por dinheiro real. Azevedo diz que pretende guardar o que receber no airdrop inicial para buscar uma maior valorização no futuro.
A trajetória de Azevedo começou como a de muitas pessoas: tomando um golpe. Participou de um projeto que se dizia um “plano de mineração”, mas que após alguns meses bloqueou os saques. Mas isso não o desanimou e ele entrou de cabeça no mundo das criptomoedas. Hoje tem contas em diversas corretoras para aproveitar as melhores taxas e promoções e investe em altcoins como Solana (SOL), XRP (XRP), Cardano (ADA), Chainlink (LINK) e Apecoin (APE).
“Bitcoin e Ethereum só compro para acumular e quando tenho dinheiro disponível. E também quando há uma queda significativa, para não ter que vender e perder com as taxas”, diz.
Azevedo conta que desde que foi demitido do último emprego, alguns anos atrás, nunca mais foi atrás de trabalho formal. Foca em trades com cripto e trabalho informal com familiares, tendo até aberto CNPJ para isso.
“Já acumulei muitas frações de bitcoins ao longo dos anos, mas devido a necessidades pessoais eu vendia quando o preço disparava, comprava coisas e pagava contas pessoais. Com isso, não acumulei muito”, conta.
O engajamento do Hamster Kombat
Morador do estado do Paraná, Maylon Leal afirma que o diferencial do Hamster Kombat é que o jogo é viciante e menos enjoativo. “O game acaba criando uma rotina com combo diário, cipher code, minigames e login a cada três horas, o q mantém os jogadores engajados. A comunidade ativa também faz a experiência mais divertida, mesmo para quem não busca só valorização financeira”, afirma.
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Leal, que trabalha no ramo do agronegócio, diz que a dinâmica do Daily Combo e Cipher Code torna o jogo mais interessante que outros games cripto do Telegram. “Esses elementos ajudam a evoluir mais rápido no início e tornam o jogo mais divertido”, diz.
A estratégia de Leal para o airdrop está traçada: vender os tokens imediatamente e recomprar na queda do primeiro dia — mas pode acabar segurando, caso ache que podem valorizar com novas atualizações. A expectativa é de ganhar no máximo R$ 750.
Além do Hamster Kombat, ele joga também Treasure Tapper e Blum, e aponta este último como o que acredita ser o mais promissor da nova leva.
Leal investe em criptomoedas há cinco anos e diz fazer transações principalmente com Bitcoin, Solana, BNB e memecoins da rede BEP20 (padrão de token criado pela Binance e associado à BNB). Tem também uma quantia significativa de Toncoin (TON).
“Mais divertido que os outros jogos cripto”
Diogo tem 32 anos e é Policial Militar no Rio Grande do Sul. Pretende vender os tokens do Hamster Kombat assim que ocorrer o airdrop, caso valha algo relevante. Mas ele lembra que são muitos jogadores e que o despejo de tokens será enorme, o que pode dificultar uma valorização.
Sobre o game, afirma ser “mais divertido que outros jogos cripto”, mas que contribui a expectativa de valorização: “Ele está bem mais famoso que os demais jogos”.
O policial conta que não tem feito o Cipher Code “visto que o prêmio é muito baixo comparado ao rendimento normal”. Mas Diogo não falha no Daily Combo “que tem um prêmio melhor”.
- Não deixe de acompanhar, todas as manhãs no Portal do Bitcoin, o combo diário, código cifrado e puzzle do Hamster Kombat atualizados.