CVM prepara regulação sobre quais criptomoedas são valores mobiliários

Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diz que em breve entidade irá divulgar primeira série de recomendações sobre criptomoedas
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Foto: Shutterstock

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá em breve divulgar orientações sobre criptomoedas, anunciando quais delas irá considerar como valores mobiliários e como as empresas podem lidar com essa classe de ativos no momento de fazer contabilidade.

A informação é do presidente da entidade, João Pedro Nascimento, que falou sobre o tema em seminário, conforme aponta reportagem desta quinta-feira (15) do jornal Valor Econômico.

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“Nos próximos dias, vamos anunciar ao mercado um parecer de orientação que vai trazer muitas novidade no sentido de reunir todas as disposições até então apresentadas pela CVM sobre a temática dos criptoativos”, disse Nascimento.

Debate global

O presidente da CVM entrou nos detalhes de um debate que vem sendo travado em outros países do mundo: como as agências reguladoras dos mercados de ações irão encarar as criptomoedas. A SEC, equivalente à CVM nos Estados Unidos, declarou recentemente que nove criptomoedas são valores mobiliários, mas que Bitcoin e Ethereum não são.

“Na temática do cripto, para falar sobre a contabilização, vamos apresentar um enquadramento sobre quais são os criptos que são um valor mobiliário. Na sequência, um diálogo sobre o mundo da contabilidade é absolutamente fundamental. Temos conversado bastante com nossa superintendência de normas contábeis sobre isso”, afirmou Nascimento, segundo a reportagem.

O Brasil ainda não tem uma lei específica para regular a área. O PL 4.401/21, que regulamentas criptomoedas no país, está na pauta da Câmara dos Deputados, mas com o Congresso totalmente focado nas eleições, tende a ser votado após o período eleitoral. Nascimento lembrou que a atuação da CVM necessita de arcabouço legal.

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“Ainda não existe lei. Se não existe lei é absolutamente compreensível que o poder normativo da CVM não tenha sido exercido na sua maior extensão porque o poder normativo é para evitar um ato secundário. E na ausência de um ato primário não tem como haver um ato secundário”, apontou.

Por fim, o preisdente da CVM disse ser importante trabalhar na regulação das criptomoedas para evitar que sejam utilizadas para lavagem de dinheiro, corrupção e evasão fiscal.