Imagem da matéria: Críticas no vídeo viral sobre “problemas dos NFTs” são válidas?
Foto: Shutterstock

No dia 21 de janeiro, o canal “Folding Ideas” do YouTube, criado por Dan Olson, publicou um vídeo intitulado “Line Goes Up – The Problem with NFTs”.

O vídeo possui mais de duas horas de duração e critica criptomoedas e tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês). Desde então, viralizou e possui quatro milhões de visualizações e quase 240 mil curtidas.

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O Decrypt resume os principais pontos do vídeo sobre NFTs, que são tokens únicos que existem em uma blockchain, como o Ethereum. NFTs comprovam a propriedade sobre um ativo digital, como uma imagem ou vídeo.

Em seu vídeo, Olson argumenta que tecnologias blockchain são “mal projetadas ou deliberadamente obtusas para fazer com que sejam difíceis de entender e, assim, pareçam mais legítimas”.

Ele acredita que a tecnologia blockchain é desnecessária e, por isso, não deve ser adotada, pois o atual sistema financeiro de transações faz o que cripto faz de melhor, mais rápido e de forma mais eficiente.

A essência do argumento de Olson é que NFTs não têm valor verdadeiro, apesar de muitos deles serem vendidos por centenas de milhares ou até milhões de dólares.

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Independente da opinião de Olson sobre NFTs, o mercado explodiu em 2021. 28,6 milhões de carteiras negociaram quase US$ 25 bilhões de NFTs apenas em 2021 entre dez diferentes blockchains.

É um aumento de mais de 5.000% no total de carteiras em comparação às 545 mil carteiras que haviam negociado NFTs em 2020.

No entanto, Olson acredita que a economia NFT é basicamente um bando de pessoas que convencem outras que algo que não tem valor realmente tem, resultando em uma inflação de preço artificial.

Ele considera isso possivelmente danoso para mais do que apenas poucas pessoas que pagam a mais por um token, argumentando que, no futuro, investidores iniciais de NFTs terão o poder da “opressão” ao seletivamente permitir ou proibir pessoas de ambientes do metaverso com base nos NFTs que possuem, por exemplo.

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Quando o assunto são os próprios tokens, Olson afirma que “afirmações de escassez digital só se aplicam ao próprio token, e não à coisa que o token representa” porque imagens devem ser baixas e copiadas para serem exibidas, na maioria das vezes.

As imagens conectadas a tokens NFT podem ser substituídas; nada está criptograficamente unindo os dois elementos de forma permanente.

Ele também possui um ceticismo similar sobre as pessoas que desenvolvem os tokens.

Alguns projetos de NFTs vendem a investidores a promessa de um roteiro de desenvolvimento (ou “roadmap”) ambicioso com objetivos grandiosos que podem nunca ser atingidos; geralmente, existe pouca responsabilidade.

Esses projetos afirmam ser valiosos por conta de seus “símbolos”, “memes” e “comunidade”, mas Olson argumenta que não compensam pelo alto preço de muitos NFTs.

Olson também não poupou palavras para atacar a comunidade NFT que, geralmente, se agrupam em torno de milhares de projetos por servidores no Discord e Spaces no Twitter.

Na opinião dele, a comunidade NFT tem uma cultura de “positividade tóxica”, onde aqueles que tentam criticar ou fornecer feedbacks construtivos sobre um projeto são humilhados e silenciados.

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Críticas (válidas ou não) a projetos NFT são consideradas como “medo, incerteza e dúvida” (ou FUD) e imediatamente descartadas, segundo Olson.

Em outro tuíte em resposta a seu vídeo, Olson reclama sobre a quantidade de bots que enviam spam de diversos projetos NFT no Twitter e no Discord: “Não sinto a necessidade de responder nada porque a realidade do ecossistema cripto fala por si só”.

Embora golpes e spam sejam um problema persistente e válido, não é exatamente algo que a Web 3 possa solucionar neste momento.

Muitos dos esquemas de NFT e mensagens de spam aos quais Olsen se refere estão sendo disseminados em plataformas da Web 2, como Discord e Twitter.

Dito isso, OpenSea, que une elementos da Web 2 e Web 3, também teve uma boa dose de problemas recentemente, com a disseminação desenfreada de coleções falsas, distribuições gratuitas (ou “airdrops”) e perigosas de NFTs e problemas na interface de usuários (ou UI).

E conforme NFTs continuam se popularizando e evoluindo, é inevitável que muitos vão continuar criticando essa indústria de bilhões de dólares.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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