piramide financeira criptomoedas
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Uma suposta empresa de investimentos de Aracaju, Sergipe, vem dando golpe em várias pessoas surdas, prometendo em grupos de bate-papo altos rendimentos através do suposto investimento em criptomoedas. Duas vítimas, por exemplo, perderam R$ 140 mil na pirâmide. Uma outra fez empréstimos para entrar no negócio fraudulento e agora não consegue pagar a conta.

De acordo com reportagem da Record News, os criminosos entraram em grupos de mensagem de cursos de computação focado para pessoas surdas, se passando por investidores de criptomoedas e oferecem altos rendimentos em aplicações.

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Para convencer as vítimas, os golpistas contavam até mesmo com intérpretes de libras que orientavam como os depósitos deveriam ser feitos. Concluída a primeira aplicação, os investidores eram persuadidos a investir mais para “subirem de nível”, o que sugere um esquema de pirâmide financeira.

No momento que a vítima tenta resgatar o dinheiro é que o golpe é revelado, como no caso de duas amigas surdas, que aceitaram o convite de investimento em um aplicativo de mensagem e acabaram sendo lesadas. Segundo a reportagem, elas acreditavam que cada uma conseguiria obter um lucro de R$ 1 milhão.

Procurado pela Record News, o homem que recebia as transferências bancárias negou fazer parte do esquema, porém confirmou as operações financeiras, alegando que “alguns contatos” lhe enviam Pix para que compre “Bitcoin para eles”.

As vítimas procuraram a polícia para prestarem queixa, mas em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que elas precisam fazer uma representação criminal para que a investigação seja iniciada.

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“Presas fáceis nas mãos dos bandidos”

“Nós, ouvintes, estamos a todo momento né, [ouvindo casos de] fraude, golpe… E para os surdos não, essa informação não chega até eles. Então eles são presas fáceis nas mãos dos bandidos”, disse Mariana, especialista em libras que ajudou a reportagem.

Os criminosos aprenderam a linguagem de sinais adaptada para a escrita para poderem se comunicar nos grupos de bate-papo e convencer as vítimas a investirem no esquema. “Eles usavam palavras muito persuasivas, fazendo com que o surdo acreditasse”, ressalta.

Segundo o advogado Luiz Augusto D’Urso, especialista em direito digital, basta uma pesquisa no site para identificar que se trata de uma plataforma estrangeira e duvidosa.

“Com pequenas cautelas, um pouco de atenção, seria possível identificar que parecia ser uma fraude”, disse ele ao Record News.

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A reportagem não divulgou o nome da suposta corretora, mas apurou que o site ainda se encontra online e que o endereço informado fica na capital de Sergipe, Aracaju, mas que no local não existe um escritório. O telefone informado também não atende a ligações.

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