Jonas Spritzer Amar Jaimovick, dono da suposta pirâmide financeira com criptomoedas JJ Invest, tem feito vários apelos às suas vítimas nas redes sociais para arrecadar R$ 10 mil que seriam usados para pagar custas de um processo. As informações são do jornalista Lauro Jardim, do Jornal O Globo.
Segundo ele, nas abordagens que ocorreram no decorrer desta semana, Jaimovick afirmou que o processo está em fase de conclusão e que precisa do dinheiro para pagar o advogado e “agilizar os trâmites” do processo que ele diz que beneficiará os investidores. Tentando ser gentil, ele disse: “Com o desfecho, conseguirei devolver uma grande parte dos valores devidos!”.
Conforme apurou o jornalista, Jaimovick, cujo esquema envolveu pelo menos 3 mil investidores e um um prejuízo de R$ 170 milhões, pode não está falando a verdade, já que oficialmente as custas do processo até agora foram de apenas R$ 51,70.
Outro ponto que ele verificou é que o processo está longe de terminar, citando como exemplo duas empresas citadas no processo — XP e Suen Holding Financeira, que sequer responderam ainda aos ofícios da 2ª Vara Empresarial do Rio. De acordo com o processo, as duas empresas mantinham da JJ Invest, em valores atualizados, R$ 8,7 milhões e R$ 3,4 milhões, respectivamente.
Entenda o caso JJ Invest
A JJ Invest prometia rendimentos de 10% a 15% ao mês e a maioria dos clientes sequer tinha contrato assinado. Também foram fechados acordos de patrocínio com vários clubes de futebol, como o Vasco da Gama, por exemplo, entre 2015 e 2019.
Em julho de 2019, a justiça decretou a prisão preventiva de Jaimovick, mas ele não foi encontrado pelas autoridades e passou a ser tratado como foragido, sendo preso um ano e quatro meses depois, em novembro de 2020, quando se entregou voluntariamente.
Ele foi condenado a três anos de prisão, mas passou apenas seis meses detido e foi liberado após pagamento de fiança e a prestação de serviços comunitários.
Jaimovick também foi multado em R$ 500 mil pela CVM no caso JJ Invest, mas esta foi a segunda vez que ele foi alvo da autarquia. Entre as vítimas da JJ Invest estão o jogador Zico e o ator Sérgio Mallandro.
Em novembro de 2020, a delegada Daniela Rebelo disse que Jonas chamava a atenção dos investidores patrocinando camarotes da escola de samba Marquês de Sapucaí e de artistas conhecidos. “Essa publicidade deu legitimidade para a operação dele, mas que na verdade não existia, era só captação de dinheiro de pessoas”, revelou.
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