O criador da FTX, Sam Bankman-Fried, falou com a imprensa pela primeira vez desde que a corretora entrou em colapso. O jornal The New York Times publicou na segunda-feira (14) uma entrevista com o empresário, que se recusou a entrar em detalhes sobre o uso de dinheiro de clientes para cobrir buracos de liquidez, mas reconheceu ter errado na leitura da situação.
O empresário foi questionado sobre o fato de a Alameda, firma de investimentos criadas por ele, ter tomado altos empréstimos da FTX e não ter capacidade de reposição dos fundos. “Era substancialmente maior do que eu pensava”, afirmou.
Além disso, SBF ressaltou que “na verdade, o risco de uma queda era muito significativo”. O jornal aponta que a corretora tinha US$ 8 bilhões a menos do que o necessário para cobrir os saques dos clientes.
Um dos pontos abordados pelo criador da FTX é que sua missão de comprar outras empresas, fazer lobby no Congresso dos Estados Unidos, filantropia e outras ações de relações públicas tiraram seu foco da empresa.
“Se eu estivesse um pouco mais concentrado no que eu estava fazendo, poderia ter sido mais minucioso. Isso faria com que eu fosse capaz de entender o que estava acontecendo quantos aos aspectos de risco”, disse.
Sam Bankman-Fried falou com o jornal no domingo (13), mas não disse em que país estava. O empresário trabalhava das Bahamas, local da sede da FTX, mas seu paradeiro agora é incerto — ele disse que não revela onde está por questões de segurança.
Rivalidade com CZ
Outro tema presente na entrevista foi a rivalidade pessoal com Changpeng “CZ” Zhao, criador da Binance. Pouco antes do colapso da FTX, SBF provocou o rival, perguntando se ele poderia entrar nos Estados Unidos sem ser preso.
Para o jornal, o empresário disse que atacar CZ “não foi um bom movimento estratégico da minha parte”. Ele explicou os motivos do ataque: “Eu estava muito frustrado com muita coisa que eu via acontecendo, mas eu deveria ter entendido que não era uma boa decisão em expressar daquela forma”.
Turbulência com o criador da FTX
SBF, FTX e o CEO da Binance, Changpeng Zhao, o ‘CZ’, foram os protagonistas da turbulência do mercado cripto na semana passada. Enquanto a FTX quebrava, SBF se desculpava. CZ arriscou a compra da empresa, mas desistiu.
No sábado, SBF foi interrogado pela polícia e pelas autoridades reguladoras do setor financeiro das Bahamas, ou seja, um dia após o pedido de recuperação judicial das empresas do grupo.
Em comunicado ao portal Decrypt, a Força Real de Polícia de Bahamas disse que “um time de investigadores financeiros está trabalhando em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários de Bahamas para averiguar se houve alguma conduta criminal nesse caso”.
Quer investir em ativos digitais, mas não sabe por onde começar? O Mercado Bitcoin oferece a melhor e mais segura experiência de negociação para quem está dando os primeiros passos na economia digital. Conheça o MB!