O CEO e co-fundador do projeto Terra, o atualmente foragido sul-coreano Do Kwon, enfrenta mais uma batalha legal—desta vez em um tribunal de Singapura, que deve ouvir uma ação coletiva movida em nome de mais de 350 investidores internacionais.
les afirmam ter perdido cerca de US$ 57 milhões – cerca de R$ 285 milhões – no colapso da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) e da infame criptomoeda LUNA, de acordo com um reportagem do Wall Street Journal publicada nesta segunda-feira (31)
A reivindicação legal afirma que a stablecoin UST, sendo atrelada 1:1 ao dólar americano, foi projetada para atuar como uma reserva de valor e, como tal, deveria “ser protegida da volatilidade dos mercados de criptomoedas.”
O ecossistema Terra implodiu em maio deste ano, com mais de US$ 40 bilhões do patrimônio dos investidores eliminado em questão de semanas.
O colapso da Terra acompanhou uma venda maciça de criptos, mandando os preços do Bitcoin e outras principais criptomoedas caindo. O crash levou à falência de credores cripto de alto nível como a Celsius e a Voyager, bem como fundo de hedge Three Arrows Capital, e levou a um maior escrutínio dos reguladores do mundo todo em relação ao investimento em criptoativos e stablecoins.
Descrição fraudulenta
Alega-se que Kwon, apesar de estar ciente da “fraqueza estrutural” da stablecoin UST, fez “descrições enganosas e fraudulentas”, induzindo os investidores a comprar o ativo.
O processo é liderado por Julian Moreno Beltran, um cidadão da Espanha que afirma ter perdido cerca de US$ 1,1 milhão em TerraUSD, e um nativo de Singapura, Douglas Gan Yi Dong.
Muitos outros requerentes, que dizem ter “o direito de reclamar as perdas e danos sofridos na compra dos tokens UST”, bem como “danos agravados” não especificados, investiram dezenas ou centenas de milhares de dólares em TerraUSD, de acordo com documentos judiciais.
Outros réus no processo são a Terraform Labs PTE Ltd, incorporada em Singapura, o ex-chefe de pesquisa da empresa, Nicholas Platias, e o Luna Foundation Guard (LFG), um fundo criado para apoiar o crescimento do ecossistema Terra.
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A ação foi movida no dia 23 de setembro, com a audiência prevista para quarta-feira, 2 de novembro.
Terraform Labs nega irregularidades
Um porta-voz da Terraform Labs, no entanto, rejeitou as alegações, acrescentando que a empresa se defenderá contra as alegações apresentadas no processo.
“Há uma diferença fundamental entre um evento de mercado público e fraude”, disse o porta-voz em um comunicado citado pelo WSJ. “Os riscos eram conhecidos e discutidos publicamente, e o código subjacente era de código aberto.”
Kwon também é procurado pelas autoridades sul-coreanas, que emitiram um mandado de detenção para o chefe do Terraform Labs em setembro, acusando-o de violar a lei de mercados de capitais do país. A Interpol também aprovou um pedido do Procurador Sul-coreano para emitir um alerta para Kwon.
No início deste mês, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul cancelou o passaporte de Kwon.
O chefe do Terraform Labs também foi atacado com uma ação legal coletiva nos EUA em junho, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA está oficialmente investigando se a empresa violou as regras federais de proteção ao investidor com a forma como comercializou a UST.
Apesar de enfrentar inúmeras investigações sobre o colapso da Terra, Kwon, cujo paradeiro é desconhecido, tem negado as alegações de que o projeto era uma “fraude.” Ele também alegou que havia perdido pessoalmente quase todo o seu patrimônio líquido no acidente da Terra.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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