CPI quer ouvir ex-deputado Arthur do Val sobre publicidade para pirâmide Atlas Quantum

Famoso pelo canal “Mamãe Falei”, Arthur do Val foi um dos poucos que conseguiram sacar Bitcoins da Atlas Quantum antes do esquema desmoronar
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O ex-deputado estadual Arthur do Val (Foto: Divulgação/Alesp)

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL/SP) apresentou nesta quinta-feira (3) um requerimento para que o empresário, youtuber e ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, seja convocado para depor na CPI das Pirâmides Financeiras na condição de investigado.

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O objetivo, segundo o parlamentar, é verificar a relação de Arthur do Val com a Atlas Quantum. O youtuber fez propaganda da pirâmide financeira em 2018 e foi privilegiado: foi um dos poucos que conseguiu sacar após o colapso.

Na justificativa, Bilynskyj afirma: “O ora convocado, Arthur Moledo do Val, conhecido por seu canal no YouTube ‘Mamaefalei’, publicou, no início do ano de 2018, um vídeo em suas redes sociais divulgando a empresa Atlas Quantum”,

Nesse vídeo, Arthur do Val atuou na divulgação do esquema. “Conheci a empresa. O pessoal é maravilhoso, é de credibilidade. Vou deixar inclusive o link aqui para você se cadastrar e comprar bitcoin pela Atlas e vou deixar o link para você investir em pessoas que investem em Bitcoin pela plataforma”, disse.

Arthur do Val foi eleito deputado estadual em São Paulo pelo União Brasil nas eleições de 2018. O político era pré-candidato à prefeitura de São Paulo quando foi para a zona de guerra da Ucrânia e enviou áudios sexistas para amigos. O conteúdo vazou e o então deputado foi cassado por quebra de decoro.

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“Mamãe Falei” perdeu os direitos políticos por oito anos, conforme estabelece a Lei da Ficha Limpa.

Privilégios dentro da pirâmide

No dia 13 de agosto de 2019, a Atlas Quantum recebeu uma notificação de proibição de oferta de investimento coletivo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Houve então uma corrida de saques e quase ninguém conseguiu retirar o dinheiro.

Ou quase ninguém. O Portal do Bitcoin teve acesso aos pedidos de saques nos meses que se seguiram à crise. Das 13.800 solicitações, somente 102 foram atendidas — duas delas de Arthur do Val, que conseguiu sacar um total de 0,47 BTC, o equivalente a R$ 66 mil na cotação desta quinta-feira (3).

Os dados do controle de pagamentos da empresa mostram que a solicitação foi feita no dia 23 de agosto de 2019 e o bitcoin foi depositado no mês seguinte, semanas depois que a Atlas havia publicamente suspendido os saques.