A corretora de criptomoedas Voyager – pertencente ao grupo que foi socorrido na quarta-feira por Sam Bankman-Fried, da exchange FTX, com um empréstimo de US$ 200 milhões – reduziu em 60% os limites de saque em sua plataforma. Conforme atualização em sua página de suporte, o limite agora passa a ser de US$ 10 mil, ante os US$ 25 mil anteriores, limitados a 20 operações.
A redução significativa ocorreu na noite de quarta, mesmo dia em que as ações da empresa despencaram até 60% na Nasdaq, provavelmente pelo anúncio de sua exposição como credora da Three Arrows Capital (3AC), que enfrenta dificuldades para honrar seus pagamentos.
Apesar de não citar diretamente que houve a redução, a baixa pode ser comprovada mediante um artigo de julho do ano passado, quando a Voyager informou que o limite diário de retirada era de US$ 25 mil, também com um limite de 20 operações.
Voyager foi socorrida pela FTX
A Voyager Digital havia anunciado o empréstimo que o empréstimo foi concedido pela Alameda Ventures, companhia fundada por Sam Bankman-Fried, que é mais conhecido como fundador e CEO da exchange FTX.
No acordo, além dos US$ 200 milhões em stablecoins USD Coin (USDC), a empresa de Bankman-Fried também abriu uma linha de crédito de 15.000 bitcoins, avaliada no momento do texto em cerca de US$ 307 milhões.
A Voyager Digital foi a segunda empresa nesta semana que ganhou um fôlego através das iniciativas Bankman-Fried que prometeu ajudar o mercado. Na terça (21), a credora cripto BlockFi garantiu uma linha de crédito rotativo de US$ 250 milhões junto à FTX.
Apesar de ser obrigatório a empresas de capital aberto quaisquer movimentações nos cofres por meio de comunicado, ao revelar sua exposição à 3AC a Voyager Digital sentiu na pela a queda acentuada nas bolsas de valores.
No comunicado de quarta, a empresa disse que pode emitir um aviso de inadimplência 3AC, caso esta não cumpra dois pedidos de reembolso, que tem o prazo final na segunda-feira (27). Tal afirmação acaba sugerindo que a companhia pode tomar um calote de US$ 310 milhões.
A 3AC foi atingida pela queda do mercado cripto que se agravou desde o colapso da stablecoin TerraUSD (UST) em maio, na qual o fundo investiu pesadamente.