Imagem da matéria: Conta de energia sobe até 400% para mineradores de criptomoedas na Argentina
(Foto: Shutterstock)

As empresas de mineração de criptomoedas que operam na Argentina já sentem na pele um aumento de eletricidade na casa de três dígitos, provenientes de uma mudança de política do setor. Em janeiro deste ano, por exemplo, o governo impôs um aumento em 170% na conta de eletricidade de uma região que abriga uma grande mineradora, a BitPatagonia.

De acordo com o portal Coindesk, a empresa, que está alocada em Tierra del Fuego, província no extremo sul da Argentina, viu em uma de suas últimas contas de energia um aumento de cerca de 400%. A região, onde o clima é frio, é sede de 22 empresas de mineração de criptomoedas.

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segundo a reportagem, mesmo com o aumento, a mineração ainda é lucrativa principalmente para os mineradores caseiros.

O diretor da BitPatagonia, Pablo Holmes, acredita que a mudança regulatória foi direcionada especificamente às empresas de mineração da província. Enquanto isso, comenta o Coindesk, os garimpeiros ilegais não pretendem deixar de usar a energia subsidiada de suas casas para realizar suas atividades.

Outro ponto apontado por Holmes é que medidas de controle tomadas pelo governo argentino não incentivam que mineradores que estão fora do radar da agência de arrecadação de impostos, AFIP, se registrem. “Ninguém vai dizer que está minerando ilegalmente em parques industriais, escritórios ou residências” devido às taxas, diz ele.

Da mesma forma pensa Santiago Miranda, CEO da CriptoLab, uma empresa de mineração de criptomoedas registrada na província de Córdoba. Para ele, “ninguém vai fornecer informações a menos que haja algum benefício”.

E quem está a par disso é o secretário de Energia da Tierra del Fuego, Moisés Sorloza, que confirma a existência de “micromineradores” caseiros, que ainda não se registraram.

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Lucro caseiro

Apesar do aumento de eletricidade, a mineração de criptomoedas é lucrativa na Argentina para esse segmento. Lucía, que pediu ao site que seu sobrenome não fosse divulgado, começou a mineração em janeiro e já amargou um aumento de US$ 8 para US$ 25 em sua conta – mas ainda diz estar registrando lucro.

Com dados do Chequeado, site focado no combate à desinformação, o Coindesk fez uma conta básica que pode ser o principal fator da procura pela Argentina quando se trata de mineração de criptomoedas: uma conta residencial mensal de 300 quilowatts-hora (kWh) custa US$ 5 em Buenos Aires, frente à média de US$ 30 nos EUA.

Essa diferença, diz a publicação, atrai muitos argentinos a recorrer à mineração de criptomoedas e obter renda em cripto, em meio a constantes desvalorizações do peso argentino e inflação superior a 55%.

Uma dupla de mineradores que pediu à reportagem para não ser identificada afirmou que, tirando o custo de energia, ainda lhes sobra US$ 30 por dia com a atividade de mineração de ethereum na capital Buenos Aires.

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Gigante canadense mira país

No mês passado, A Bitfarms, empresa canadense de mineração de bitcoin, disse que planejava criar uma fazenda com 210 Megawatts de potência na Argentina, capaz de alimentar cerca de 55.000 máquinas.

O projeto, disse a empresa na ocasião, faz parte do seu plano de expansão na América do Sul.

Não se sabe, porém, como está o andamento para a iniciativa. Procurada para comentar o assunto, a empresa não respondeu até o fechamento deste texto.

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