O consumo de energia do Bitcoin até o momento já ultrapassou o consumo total de energia da criptomoeda em 2020, de acordo com uma pesquisa realizada pela Bloomberg.
“Estima-se que a rede Bitcoin consumiu cerca de 67 TWh [terawatt-hora] de eletricidade em 2020, e seu consumo total já ultrapassou esse em 2021”, disse Bloomberg. “Ao final deste ano, parece que ele consumirá 91 TWh de energia – tanto quanto o Paquistão”, acrescentou o relatório.
O Bitcoin há muito vem sendo criticado por suas demandas de energia, que os críticos consideram um preço muito alto a pagar pela criptomoeda.
Os defensores do Bitcoin apontam para os supostos benefícios da criptomoeda – por exemplo, sugerindo que o ativo pode funcionar como uma proteção contra a inflação – ou mesmo apontando os danos ambientais que moedas tradicionais e instituições financeiras têm causado ao longo dos anos.
Uso de energia do Bitcoin
O consumo de energia do Bitcoin é geralmente calculado em TWh, uma unidade de energia que equivale a um trilhão de watts por hora. Geralmente é usado para rastrear o consumo anual de países inteiros.
Este número também não é uma constante. Conforme relatado pela Bloomberg, seu consumo anualizado para 2020 foi de 67 TWh. Ontem – quando a pesquisa da Bloomberg foi divulgada – era 91 TWh. Hoje, são 95TWh.
Isso é muita energia – mas, novamente, as demandas de energia das criptomoedas estão em fluxo constante. No início deste ano, a repressão da China à mineração foi uma má notícia para os mineradores, mas sinalizou uma possível vitória para os críticos ambientais do Bitcoin.
Em junho deste ano, a criptomoeda consumia 68 TWh. Isso estava muito longe dos números anteriores de aproximadamente 141 TWh – que era o que o Bitcoin estava consumindo antes que a proibição da mineração na China começasse a ser afetada.
Mas, como mostra o recente aumento para 95 TWh, as demandas de energia em declínio podem ter durado pouco. Antes de a China banir a mineração, quase dois terços de todo o Bitcoin era minerado no país.
Desde então, as empresas de mineração migraram para outras jurisdições como o Cazaquistão.
Medindo a pegada de carbono
Para descobrir exatamente o tamanho da pegada de carbono do Bitcoin, você precisa converter a energia consumida em um número de emissões de gases de efeito estufa.
Os melhores dados disponíveis da Universidade de Cambridge sugerem que apenas 39% das demandas de consumo de energia do Bitcoin vêm de fontes renováveis. Isso significa que 61% está sendo abastecido por energia intensiva em carbono.
Usando esses números, quase 58 TWh das demandas estão contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa.
Isso significa que, hoje, o Bitcoin está emitindo mais gases do efeito estufa do que o que você emite se queimar 4,6 bilhões de galões de gasolina, dirigir 8,9 milhões de veículos de passageiros por um ano ou levar apenas um desses veículos para uma viagem de 103 bilhões de milhas (o suficiente para você ir a Plutão mais de 20 vezes).
O que dizem os defensores do Bitcoin?
Alguns dos defensores mais fervorosos do Bitcoin tentaram pintar o Bitcoin o mais sustentável possível.
O Bitcoin Mining Council foi criado no início deste ano para “promover a transparência” sobre a indústria. O Conselho compartilhou uma apresentação em julho que afirmava que 56% da eletricidade por trás da criptomoeda vinha de fontes sustentáveis.
O conselho citou sua própria “análise, suposições e extrapolação” como a única fonte por trás do cálculo e coletou dados de pesquisa de empresas de mineração que representavam menos de um terço da força computacional global por trás do Bitcoin.
Além do mais, as respostas a essa pesquisa foram voluntárias, de modo que os mineradores mais prejudiciais ao meio ambiente estavam livres para não responder.