Confira como utilizar um explorador de blocos para verificar o histórico das blockchains

Exploradores como o Etherscan e o Blockchain.com foram criados para permitir que qualquer pessoa acompanhe transações em uma rede
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(Foto: Shutterstock)

Um fato interessante sobre blockchains é a possibilidade de visualizar todas as transações que já foram processadas nelas. Essa funcionalidade, específica de blockchains públicas, irá persistir ao longo do tempo — ou, pelo menos, até alguém desligar a Internet mundial.

É possível baixar um registro de blockchain e examiná-lo minuciosamente no computador. Mas um método bem mais simples é interpretar esses dados com uma ferramenta chamada “explorador de blocos” — um site que permite que você verifique todo o histórico de uma blockchain.

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Exploradores de bloco são compatíveis com diferentes blockchains. Etherscan é o padrão-ouro para a blockchain Ethereum, Solscan é uma escolha popular para o Solana e Blockchain.com é focado no Bitcoin.

Porém, o tipo de dados é sempre o mesmo: um histórico robusto de todos os dados de transação já processados em uma blockchain específica.

Em um explorador, conseguimos visualizar o momento, registrado para sempre no histórico, graças à natureza imutável dos registros descentralizados onde Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, minerou moedas que agora valem dezenas de bilhões de dólares.

Também é possível acompanhar as supostas tentativas de lavagem de dinheiro feitas por aqueles registros que guardam a quantia roubada pelo hacker da corretora Bitfinex.

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Moedas de privacidade, como monero (XMR), são a grande exceção dessa regra. Podemos ver que uma transação aconteceu, mas não quem enviou o que para quem.

Neste artigo, o Decrypt ensina os aspectos básicos de como usar essas ferramentas. Etherscan, o popular explorador de blocos do Ethereum, será o primeiro site analisado — lembrando que todos os exploradores de blockchains funcionam da mesma forma.

O que compõe uma transação? 

Em um explorador de blockchains, é possível rastrear quem enviou o que para quem, quando e quanto foi enviado e quais tokens foram movimentados.

Usuários de blockchains são identificados por suas carteiras. No Ethereum, todas as carteiras começam com “0x…”. Não há como afirmar quem é dono da carteira a menos que um site, como o Etherscan, a identifique.

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(Imagem: Etherscan)

Na imagem acima, uma das transações foi um saque de 0,037 ETH de uma carteira identificada como a corretora de criptomoedas Coinbase.

A outra transação, processada mais de 43 dias após o saque, é uma conversão desse ETH por outro token. Ao analisar o menu suspenso, vemos o que existe na carteira. Neste caso, existe um saldo de quase quatro bilhões de tokens saitama inu (SAITAMA), equivalentes a US$ 49,55.

(Imagem: Etherscan)

Também podemos encontrar mais informações sobre a transação ao clicar nela. Aqui, vemos que a conversão de tokens custa US$ 23,30, bem como quanto custa gas, listado em gwei (uma pequena denominação de ETH).

(Imagem: Etherscan)

Blocos e blockchains

Em blockchains, transações são agrupadas em grupos conhecidos como “blocos”. Esses blocos são atrelados (ou “chained”) em registros descentralizados — por isso, o nome “blockchain”. Basicamente, essas transformações são confirmadas por uma rede anônima de computadores.

No Ethereum e no Bitcoin, são processadas por meio de um mecanismo chamado proof of work (ou PoW), em que “mineradores” gastam energia computacional para apostar em um número específico.

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Blockchains proof of stake (ou PoS), como Solana e Avalanche, permitem que usuários façam o staking de tokens para processar transações. Os “validadores” que fizerem o staking da maioria das transações recebem as maiores recompensas.

Tudo isso é relevante para um explorador de blocos, pois é um processo que acontece on-line. Considere a aquisição de SAITAMA que nosso amigo sob pseudônimo fez.

Essa transação foi agrupada em um bloco que continha outras 355 transações, incluindo 102 interações com contratos autônomos internos. Cada transação é definida por um identificador único chamado de “hash”:

Um minerador recebeu uma recompensa de 2,8 ETH pela validação de um bloco e isso demorou quatro segundos para que o minerador 0xea674fdde714fd979de3edf0f56aa9716b898ec8 fizesse toda a parte chata computacional.

O termo “dificuldade” se refere ao cálculo que mostra exatamente quanta energia o minerador teve de gastar para minerar o bloco com sucesso.

“Taxas de queima” se referem às taxas destruídas pela Proposta de Melhoria do Ethereum (ou EIP) nº 1559, uma atualização do Ethereum implementada em agosto de 2021. A EIP-1559 destrói parte das taxas pagas pelo usuário em vez de concedê-las ao minerador.

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Contratos autônomos

Existe mais um aspecto importante sobre os exploradores de blockchain. Para blockchains compatíveis com contratos autônomos, como o Ethereum, é possível ver todo o código contido em um contrato autônomo no explorador de blocos.

Vamos usar SAITAMA novamente como exemplo. Ao acessar a página do contrato autônomo do token no Etherscan, é possível ver quantas carteiras o possuem (246.519), sua oferta máxima e sua capitalização de mercado completamente diluída.

Essas páginas de contratos autônomos são úteis para confirmar qual token está sendo comprado ou com qual protocolo de Finanças Descentralizadas (ou DeFi) se está interagindo — geralmente, pessoas promovem tokens enganosos como o contrato autônomo “oficial” quando, na verdade, não passam de imitações.

(Imagem: Etherscan)

É possível interagir com o próprio contrato autônomo ao clicar em “write contract”. Na verdade, os sites de todos os protocolos DeFi são apenas formas mais agradáveis de interagir com contratos autônomos.

(Imagem: Etherscan)

E essa foi a explicação sobre exploradores de blockchain. Se você ainda não entendeu, não se preocupe. Você tem bastante tempo para aprender. Contanto que pessoas ainda estejam usando blockchains, você sempre poderá analisar dados em blockchain.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.