O FBI anunciou na quarta-feira (25) o indiciamento de um cidadão britânico por diversos crimes cometidos na internet, afirmando que uma armadilha com Bitcoin foi fundamental para a prisão do suspeito e a formalização da denúncia.
Kai West é um cidadão britânico de 25 anos também conhecido como “IntelBroker” e “Kyle Northern”. Junto com seus comparsas, teria vendido enorme quantidade de informações privadas de pessoas e empresas e gerado prejuízos de US$ 25 milhões (R$ 137 milhões) para suas vítimas.
O hacker aceitava pagamentos principalmente em Monero. Mas um agente do FBI que estava investigando o criminoso sugeriu fazer um pagamento de US$ 250 em Bitcoin para ele, com isca. Por meio do endereço público da carteira, as autoridades rastrearam o hacker até chegar a uma conta criada na Coinbase.
De acordo com a denúncia, West havia colocado à venda, em um fórum, uma chave de acesso (API Key) pertencente a uma das vítimas. O agente disfarçado (UC-2) entrou em contato e negociou a compra usando Bitcoin, mesmo com o criminoso preferindo Monero. Após o pagamento em BTC, o hacker enviou os dados solicitados, incluindo logins administrativos e uma senha.
A análise da carteira de Bitcoin usada na transação revelou conexões com outras carteiras e contas — todas ligadas a West. A primeira movimentação daquela carteira foi feita meses antes e havia vindo de outra wallet criada a partir de uma conta na plataforma financeira Ramp. Essa conta, por sua vez, estava registrada com o nome real do suspeito: Kai Logan West.
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A partir daí, os investigadores conectaram os pontos: a conta na Ramp, a carteira de Bitcoin, e até mesmo a conta na exchange Coinbase estavam associadas ao mesmo nome, e usavam um e-mail pessoal ligado a West. Este e-mail, além de figurar nos registros das plataformas, também continha mensagens e documentos que confirmavam sua identidade, incluindo comunicações com uma universidade britânica e até uma foto de sua carteira de motorista enviada a partir de outro endereço com o pseudônimo “Kyle.Northern1337”.
West foi preso em fevereiro na França e agora aguarda extradição para os Estados Unidos. Ele é acusado de diversos crimes cibernéticos, incluindo conspiração para invadir sistemas protegidos, fraude eletrônica e acesso indevido a computadores com intenção de obter informações sigilosas.
Se condenado, West poderá enfrentar até 50 anos de prisão, sendo 5 anos por conspiração para invasão de sistemas, 5 anos por acesso ilegal a computadores, e até 20 anos para cada acusação relacionada à fraude eletrônica.
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