Colômbia quer criar moeda digital para combater sonegação de impostos

Diretor da Receita Federal colombiana estima que taxa de evasão fiscal esteja entre 6% e 8% do PIB do país; com projeto digital, todas as transações seriam registradas
Zoom em moeda de 500 pesos colombianos

Peso colombiano (Foto: Shutterstock)

O diretor da Receita Federal da Colômbia (DIAN), Luis Carlos Reyes, afirmou nesta semana que o governo colombiano pretende criar uma moeda digital estatal como parte de um conjunto de medidas para combater a sonegação de impostos.

“A criação de uma moeda digital… uma moeda digital que facilite essas transações para o consumidor”, disse Reyes em entrevista ao site Semana, destacando que deve haver mudanças nas transações em dinheiro no país.

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Segundo Reyes, é estimado que a evasão fiscal esteja hoje entre 6% e 8% do PIB do país. “Isso equivale a seis ou oito reformas tributárias que foram feitas na Colômbia, com as quais se obtém no máximo 1% ou 1,5% do PIB”, ressaltou.

O diretor acrescenta que um dos objetivos importantes com a criação de uma moeda digital é que as movimentações de dinheiro de um determinado valor seriam registradas no meio eletrônico, e que, portanto, mudaria radicalmente a forma como a moeda em espécie circula no país. 

“Quando as transações em dinheiro não são registradas em lugar nenhum, é mais fácil realizar vendas que não também não são registradas… Então o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ou outros impostos podem evadir-se”, explicou Reyes.

Ele acrescentou que a moeda digital evitaria esse tipo de transação clandestina e traria um benefício potencial para os objetivos que estão sendo estudados com a reforma econômica na Colômbia.

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Moeda digital da Colômbia

Sobre a modalidade da nova moeda, Reyes não detalhou se sua tecnologia seria baseada em blockchain ou outro sistema usado por outros países que têm estudado e trabalhado na modalidade CBDC.

CBDC é uma sigla do inglês “Central Bank Digital Currency”, que significa “Moeda Digital do Banco Central”. Esse conceito surgiu com o interesse das nações em utilizar a tecnologia blockchain para finalidades financeiras, inspiradas no crescimento e popularização das criptomoedas.

A maioria das operações financeiras já acontece de forma digital, mas a emissão de dinheiro fiduciário ocorre, principalmente, na forma de notas em espécie. Buscando romper essa fronteira, bancos, instituições e governos ao redor do mundo estão lançando moedas digitais em fase de teste.

Acredita-se que mais de 80% dos bancos centrais já estejam engajados em pesquisas com CBDCs, incluindo o Brasil. Nesse quesito, a China é o país mais avançado e já faz testes na vida real em várias cidades com seu Yuan Digital, cujo sistema não depende da tecnologia blockchain.

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