Autoridades dos Estados Unidos prenderam na semana passada, em Los Angeles, o cidadão russo e sueco Roman Sterlingov, acusado de operar um mixer de criptomoedas que lavou US$ 366 milhões em bitcoin.
Um mixer é um tipo de serviço que capta ativos digitais e os mistura com objetivo de ocultar a origem das criptomoedas e a identidade dos investidores.
De acordo com o mandado de prisão expedido pela Justiça, Sterlingov vai responder pelos crimes de ‘transmissão de dinheiro não licenciada’, ‘lavagem de dinheiro’ e ‘transmissão de dinheiro sem licença’.
No Brasil, as transgressões se enquadrariam nos crimes contra o sistema financeiro nacional.
1,2 milhão em bitcoins
Documento adicionado ao processo aponta que o detido é o operador do Bitcoin Fog, um mixer de bitcoin lançado em outubro de 2011 que ficou em operação até o dia 26 de abril de 2021.
“A análise de transações de bitcoin, registros financeiros, registros de provedor de serviços de Internet, registros de e-mail e informações adicionais identifica Roman Sterlingov como o principal operador do Bitcoin Fog”, disse o agente especial de Investigação Criminal Devon Beckett no documento.
Segundo ele, 1,2 milhão de BTC (avaliados em cerca de US$ 335.809.383 no momento das transações) foram enviados por meio do serviço. Em valores atualizados, o montante daria US$ 65 bilhões, conforme o Índice de Preço de Bitcoin.
Boa parte dos recursos processados, ainda de acordo com Beckett, veio de plataformas da dark web, como o antigo Silk Road, marketplace de drogas que aceitava pagamentos em bitcoins e virou filme.
Sterlingov, segundo Beckett, também estaria envolvido com a Mt. Gox, exchange baseada em Tóquio, no Japão, que foi hackeada e perdeu as criptomoedas de milhares de investidores.