As taxas de transferência e de saque da Chiliz (CHZ) dispararam nas exchanges nacionais e internacionais por causa da valorização do token e dos altos custos da rede Ethereum, blockchain onde o ativo foi criado.
No Mercado Bitcoin, a taxa para transferir o ativo para carteiras ou trocá-lo por outras criptomoedas chegou a 600 CHZ. Na segunda-feira (15), caiu para 100 CHZ, o que na cotação do dia implicaria em um custo de R$ 318.
A taxa para conversão de CHZ em real é diferente. Nesse caso, conforme a plataforma, o custo é de 2%. Já para transferir o dinheiro fiduciário para a conta bancária, é preciso pagar R$ 2,90 + 1,99%, de acordo com o site. O valor mínimo de saque é de R$ 50. A exchange foi questionada sobre os custos de transferência do CHZ, mas não enviou resposta até o fechamento desta matéria.
Na Binance, a taxa de transferência do CHZ é de 28 tokens, segundo o site da empresa. Na cotação em real de hoje, o valor é de cerca de R$ 100. O custo do saque é o mesmo. Já a retirada mínima da exchange é de 56 CHZ (R$ 201).
Em nota, a empresa disse que seus preços são “ajustados de acordo com o custo de cada rede e que os custos para saque de CHZ seguem a mesma lógica”.
Em corretoras internacionais, os custos da taxa também estão altos. Na Bitfinex, segundo o site da corretora, a taxa de saque da Chiliz é de 60.84 CHZ. O valor dá cerca de R$ 216.
No Twitter, diversos investidores enviaram mensagens para a Chiliz comentando o alto custo. “Sério Chiliz e Alexandre Dreyfus (fundador da empresa) que a taxa é de 29,25 CHZ — US$ 20? Por quê?”, questionou um usuário chamado Tolga Aydin.
Em um tweet publicado pelo fundador da Chiliz no sábado (13), um usuário identificado como Takeshi Katsuro escreveu que as taxas de retirada estão insanas.
No final de semana, o gerente de marketing da Chiliz, Joe Grech, pediu paciência e disse que o time inteiro da plataforma está trabalhando para lidar com o aumento de novos usuários.
Aumento de preço e de taxa
Desde o início do ano, o CHZ valorizou 3.000%, passando de 0,02 para 0,60 centavos de dólar, segundo o CoinMarKetCap. Em reais, a criptomoeda passou de R$ 0,11 para R$ 3,60.
Essa valorização meteórica do token, que liga clubes de futebol a seus fãs, levou ao aumento do número de transações na blockchain Ethereum, onde o ativo é negociado.
Uma das consequências do alto tráfego é a disparada do valor médio das taxas pagas por transações na rede, conhecidas como gas fee.
Quanto mais transações são feitas na rede, mais sobrecarregada ela fica e mais cara fica a taxa.
De acordo com a plataforma de dados ycharts, a taxa do Ethereum é de US$ 17,48. Em fevereiro, segundo a mesma ferramenta, ela chegou a US$ 39,49.