“Genbit, devolva o meu dinheiro”, diz a faixa colocada de frente a sede da empresa em Campinas (SP). A manifestação, realizada no mês passado, veio de vítimas do negócio suspeito de fraudes com criptomoedas.
Na última quinta-feira (05), o grupo foi ouvido na Segunda Delegacia Seccional da Polícia Civil de Campinas (SP), que fica no bairro Jardim Pauliceia. De lá, seguiram para o Ministério Público na Cidade Judiciária e também para o Fórum.
De acordo com o contador Rodrigo Orlando, que falou por telefone com o Portal do Bitcoin, a manifestação deu-se por conta dos vários meses de atraso nos pagamentos.
Ele mesmo revelou não ter realizado nenhum saque sequer na Genbit depois de ter investido R$ 27.500. Sua esposa também aportou R$ 23.350 na empresa.
O montante dos investimentos do grupo ali presente no ato, de pelo menos 10 pessoas, é de aproximadamente R$ 500 mil, disse Orlando.
Resistência da Genbit
Acompanhados pela advogada Daniela Cristiane Panzonatto Constant, da Panzonatto advogados, o grupo seguiu para Segunda Delegacia Seccional da Polícia Civil de Campinas (SP).
Na seccional, onde corre o inquérito policial sobre o caso, eles participaram de uma oitiva com o delegado Sérgio Seizo Toma.
Conforme cópia de documentos compartilhados com a reportagem, eles foram orientados a detalhar cada qual seu caso — desde o primeiro contato com a empresa, valores transferidos, o que foi prometido, e juntar cópias dos comprovantes.
Daniela Constant comentou sobre o caso, que corre em segredo de justiça na 4° vara criminal de Campinas.
“Existe uma resistência da empresa em dizer que trocou os pacotes inicialmente contratados por uma moeda sem qualquer lastro, denominada TPK (treeptoken). Desta forma, não existe qualquer informação da empresa sobre lançamento da respectiva moeda no mercado mundial, descumprindo totalmente o prazo estabelecido, que foi no dia dia 01 de março”, disse.
Segundo ela, que ressaltou o grande número de vítimas em várias cidades do Brasil, as pessoas estão desesperadas com o desaparecimento do dinheiro.
“Muitas pessoas emprestaram dinheiro de banco, venderam casas para aplicar na empresa, acreditando no recebimento inicialmente proposto”, comentou., acrescentando:
“As pessoas devem procurar o judiciário e habilitar seus créditos por meio de um advogado diretamente na ação civil pública, que tramita na 2° vara de falências, recuperações judiciais e conflitos relacionados a arbitragem de São Paulo”.
Caso Genbit
Depois de ter retido dinheiro de investidores em sua criptomoeda Treep Token (TPK), a Genbit, representada pela Gensa Serviços Digitais — comandada por Nivaldo Gonzaga Santos — afirmou que os pagamentos estariam previstos para ocorrerem em março de 2020.
O prazo seria para que a empresa esperasse a valorização do o ativo valorizasse. A promessa foi de que o pagamento seria feito em dez vezes. Conforme foi revelado, os bitcoins estariam numa carteira Barboza.
Cansados das promessas da Genbit e dos seus seus sócios, vários clientes resolveram então entrar com uma ação coletiva na Justiça de São Paulo no valor de R$ 1.316.892,05.
O processo, no entanto, não deverá prosseguir com todos esses autores. A juíza Bruna Marchese e Silva, da 8ª Vara Cível de Campinas, entendeu que a existência de diversos clientes da Genbit numa só ação pode dificultar a análise do caso.
A juíza, então, ordenou que a petição inicial fosse modificada, no prazo de 15 dias úteis, ao ponto de que não mais viesse com todos os autores nessa mesma ação.
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