Imagem da matéria: Casa Brança detona as criptomoedas em relatório econômico: "Ignorância de princípios básicos"
Foto: Shutterstock

A Casa Branca, sede do governo americano, derramou um balde de água fria sobre o setor de criptomoedas, acentuando os aspectos negativos dos ativos digitais em um enorme relatório de 513 páginas lançado na noite de terça-feira (21).

A primeira referência aos ativos digitais no Relatório Econômico de 2023 do Presidente Joe Biden — emitido juntamente com uma atualização anual emitida pelo Conselho de consultores econômicos — afirma que “a tecnologia blockchain alimentou o aumento de ativos digitais financeiramente inovadores, que provaram ser altamente voláteis e sujeitos a fraude.”

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E isso foi na página 43.

“Embora os defensores frequentemente afirmem que os ativos digitais — particularmente as criptomoedas — são uma inovação revolucionária, o design desses ativos frequentemente reflete uma ignorância dos princípios econômicos básicos que foram aprendidos em economia e finanças ao longo dos séculos”, continua o relatório cinco páginas depois. “Esta concepção inadequada é muitas vezes prejudicial para os consumidores e investidores.”

Volta à escola

O relatório global — que inclui mais de 100 páginas de apêndices — abrange todos os aspectos da economia dos EUA, incluindo o aumento das mulheres na força de trabalho, as alterações climáticas, os bens importados, o investimento estrangeiro e a educação. Mas várias seções abordam a tecnologia e os mercados digitais.

O Capítulo 7 é intitulado “Concorrência na Economia Digital: Novas Tecnologias, Economia Antiga.” E o Capítulo 8 aborda o setor cripto de forma direta, sob o título “Ativos Digitais: reaprendendo princípios econômicos.”

A conclusão? Os defensores das criptomoedas precisam voltar à escola, pois estão “reaprendendo as lições das crises financeiras anteriores da maneira mais difícil.”

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“Além da custódia e controle descentralizados do dinheiro, argumentou-se que os criptoativos podem fornecer outros benefícios, como melhorar os sistemas de pagamento, aumentar a inclusão financeira e criar mecanismos para a distribuição de propriedade intelectual e valor financeiro que contornam os intermediários”, escreveram os autores.

“Até agora, os criptoativos não trouxeram nenhum desses benefícios”, afirma o texto.

Impacto negativo

As movimentações do setor cripto, por sua vez, impactaram negativamente os consumidores, o sistema financeiro e até mesmo o ambiente físico.

“De fato, os criptoativos até o momento não parecem oferecer investimentos com qualquer valor fundamental, nem agem como uma alternativa eficaz à moeda fiduciária, melhoram a inclusão financeira ou tornam os pagamentos mais eficientes”, escreveram os autores. “Em vez disso, sua inovação tem sido principalmente sobre a criação de escassez artificial, a fim de apoiar os preços dos criptoativos.”

“Muitos deles não têm valor fundamental”, acrescentaram.

Os autores então trabalham em uma série de “alegações” feitas por proponentes cripto, incluindo a crença de que os criptoativos poderiam ser veículos de investimento, poderiam funcionar como dinheiro sem uma autoridade central, permitir pagamentos digitais rápidos, aumentar a inclusão financeira e reduzir os não bancarizados e sub-bancários.

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Depois, o relatório apresenta uma extensa lista de refutações, centradas nos potenciais danos para os consumidores e na falta de regulamentação e de execução.

“Uma das principais áreas em que há descumprimento em massa é a divulgação em torno de criptoativos que são títulos mobiliários”, afirma o relatório, antes de retornar a um tema em andamento. “Essa falta de divulgação impede que os investidores reconheçam que a maioria dos criptoativos não tem valor fundamental.”

Centralização inevitável

O Conselho até dá um passo atrás e tenta explicar Web3.

“Os defensores da tecnologia blockchain afirmam que ela não apenas melhorará o desempenho das empresas, mas também será a espinha dorsal de uma Internet inteiramente nova — a Web3, a chamada nova Internet”, escreveram eles.

Citando o fundador e criptógrafo do Signal app, Moxie Marlinspike, a seção conclui que alguma centralização é inevitável.

“Uma vez que um ecossistema distribuído se centraliza em torno de uma plataforma por conveniência, torna-se o pior dos dois mundos”, observa o relatório. “Controle centralizado, mas ainda distribuído o suficiente para ficar atolado no tempo.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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