Imagem da matéria: Caixa Econômica Federal fecha conta da Foxbit sem aviso prévio
(Foto: Wikipedia)

*Atualização: Após a publicação desta reportagem, a assessoria da Caixa enviou o posicionamento da empresa. O texto foi atualizado.

A Caixa Econômica Federal bloqueou na terça-feira (19) a conta corrente da exchange Foxbit sem aviso prévio. A empresa, que não informou o valor bloqueado pelo banco, suspeita que sua conta tenha sido encerrada apesar de não ter recebido qualquer notificação.

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Natália Garcia, diretora jurídica da empresa, disse ao Portal do Bitcoin que ficou assustada ao ter visto que a conta da empresa havia sido bloqueada.

“Acordei com a conta corrente da empresa bloqueada”, afirma.

A suspeita é de que o banco tenha fechado a conta, mas isso ainda não foi confirmado. Segundo Garcia, a informação passada pelo gerente de seu banco é de que “veio uma ordem de encerramento da conta, mas ele fala que não tem certeza”.

Ela afirma que o fato de a Caixa não ter enviado qualquer comunicação é que deixa a empresa sem saber o que está realmente acontecendo. “Não há como saber ao certo se eles fecharam a conta porque não enviaram documento algum nos informando disso”.

Questionada, Garcia preferiu não revelar o total de valor que foi bloqueado.

Além do bloqueio, a empresa não tem mais acesso ao internet banking. Contudo afirmou que os depósitos ainda estão sendo feitos normalmente nessa conta. Mas a conferência dos valores aplicados pelos seus clientes tem sido feito por meio do gerente do banco.

Caixa Econômica em resposta

Garcia conta que tem de ir até o banco para ver os dados dos depósitos como valor, dia e horário. Isso tem sido feito desde terça-feira. Ela disse que já tentou entrar em contato com o banco diversas vezes para obter alguma resposta, mas nada foi dito até então.

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“São três dias sem acesso ao internet banking, com a conta bloqueada e até agora nada a Caixa Econômica Federal não apresentou qualquer resposta. Essa situação de não saber o que está ocorrendo é muito ruim”, afirma.

A Foxbit empresa pretende entrar com uma ação judicial para que sua conta seja desbloqueada. “Vamos entrar com uma liminar”, disse Garcia.

Além do processo judicial que a empresa pretende mover contra a Caixa Econômica Federal, Garcia afirmou que pretende “juntar esse novo fato ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”.

Questionada, a Caixa Econômica Federal disse, por meio de nota enviada pela sua assessoria de imprensa, que a Foxbit havia sido comunicada sobre “os procedimentos a serem adotados e os prazos que ele tem para comparecer à agência e proceder o encerramento da conta”.

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Nisso, a Caixa afirma:

“Informamos que os bancos podem, com base na Resolução nº 2.025/1993, comunicar, de forma unilateral, a intenção de encerramento de contas de depósito. Uma correspondência é enviada ao endereço cadastrado pelo titular da conta, que tem até 30 dias corridos para transferir o saldo disponível na conta. Caso o cliente não tome as providências necessárias para encerramento da conta, a mesma é bloqueada para movimentação espontânea pelos canais disponíveis, sendo necessário que o cliente compareça à agência para movimentar e regularizar a conta para posterior encerramento”.

Por conta da Justiça

A Foxbit mantém hoje contas nos bancos Neon, Brasil Plural, Bradesco, Banco de Brasil e Inter. Garcia disse que as contas no Inter e no Banco do Brasil estão abertas justamente por força de decisão liminar.

A conta no Bradesco se mantém aberta graças ao agravo em recurso especial que foi impetrado pela corretora contra a decisão monocrática proferida pelo desembargador Hélio Nogueira, da 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Nogueira negou prosseguimento ao Recurso Especial apresentado pela Foxbit. A corretora de criptomoedas havia aprestado esse recurso para reverter a decisão que dava direito ao Banco Bradesco de manter a sua conta corrente fechada.

“A decisão foi favorável ao banco, mas agravamos e por isso ainda temos conta no Bradesco. As operações estão acontecendo normalmente pelo banco”, afirma Garcia.

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Ela disse que apesar de a exchange ter ganhado na primeira instância, o banco havia apelado e conseguido vitória no tribunal, mas “ainda existem instâncias superiores”.

Com o agravo em recurso especial, o caso que envolve a discussão sobre fechamento de conta por parte do Bradesco agora deverá chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 Essa será a segunda vez que o STJ vai se manifestar sobre o encerramento de contas de uma corretora de criptomoedas por banco.  A primeira vez em que isso ocorreu foi quando a 3ª Turma do STJ deu ganho de causa ao Itaú em desfavor do Mercado Bitcoin.

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