Brasileiros usam stablecoins para fugir da desvalorização do Real, mostra estudo

Levantamento mostra que mais da metade dos pares de negociação com Real nos trades de criptomoedas são com stablecoins pareadas ao dólar
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Mais da metade das negociações de criptomoedas com pares de Real envolvem uma stablecoin pareada ao dólar, o que demonstra uma tentativa do brasileiros de dolarizar suas economias e evitar a perda de valor da moeda nacional.

Pela menos essa é a conclusão da Kaiko, firma de análises do mercado cripto, que esmiuçou os volumes de transações feitas nas corretoras Binance e Bitso e apresentou os resultados em um relatório neste mês de dezembro.

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Pares de Real e Bitcoin ou Real e Ethereum são o outro grande bloco das transações, sendo responsáveis por 34% do montante total. O resto envolve as negociações da moeda brasileira com altcoins.

A Kaiko cita que a desvalorização do Real perante o dólar e a proibição dos bancos brasileiros de guardarem moedas estrangeiras faz com que a população busque um meio de conseguir dolarizar suas economias.

A empresa afirma que o Real se desvalorizou 200% perante o dólar nos últimos dez anos. No entanto, um levantamento publicado no portal Monitor do Mercado afirma que esse número é na verdade 61,95%.

Veja abaixo os volumes de pares de neogociação envolvendo o real (o gráfico de pizza mostra uma média do mẽs de dezembro):

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“Desde o bull market de 2021, a stablecoin USDT aumentou sua participação no volume de reais em 20%, às custas das altcoins, o que sugere que os brasileiros estão optando pela segurança das stablecoins no lugar da especulação das altcoins”, afirma o relatório da Kaiko.

Para efeito de comparação, nos pares envolvendo o dólar americano, 72% das transações envolvem Bitcoin ou Ethereum. Os dados foram obtidos analisando os volumes da Binance U.S, Coinbase, Gemini e Bitstamp.

Trata-se de um cenário muito diferente, pois as pessoas podem poupar diretamente em dólar e, por isso, têm menos incentivos para usar stablecoins.

Veja abaixo os volumes de pares de neogociação envolvendo o dólar americano (o gráfico de pizza mostra uma média do mẽs de dezembro):

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Brasil como mercado amigável para criptomoedas

Para reforçar como o público brasileiro está aberto ao mercado cripto, o relatório da Kaiko cita uma pesquisa da Chainanalysis de outubro que aponta que 41% dos adultos no Brasil possuem criptomoedas.

O mesmo levantamento perguntou se as pessoas concordavam que criptomoedas são o futuro do dinheiro: 66% dos brasileiros disseram que sim, contra apenas 23% nos Estados Unidos.

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