O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) concedeu no último dia 12 a liberdade provisória mediante medidas cautelares ao brasileiro Thiago Oliveira do Nascimento, que estava preso por extorsão de criptomoedas de um empresário asiático que acreditava ter um caso de vários anos com sua namorada. O investigado teria extorquido o empresário em cerca de R$10 milhões em cripto na época.
Thiago, que estava preso há cerca de três meses no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 e vinha de derrota no TJES após um habeas corpus ter sido negado em janeiro deste ano, foi solto pela juíza Paula Cheim Jorge, da 2ª Vara Criminal de Vila Velha, onde o processo tramita em segredo de Justiça. As informações são da Folha Vitória, em publicação na terça-feira (23).
De acordo com a reportagem, Thiago, um veterinário, teria encontrado no celular de sua namorada troca de mensagens que denotavam um caso amoroso de muitos anos com o asiático.
Após obter o acesso aos conteúdos, ele então passou a pedir dinheiro para que não revelasse a relação extraconjugal à família do empresário, pedindo de início o pagamento de U$ 2,5 milhões (cerca de R$ 13 milhões). Segundo as autoridades, o caso comprometeria a reputação e negócios do empresário, especialmente considerando o contexto cultural e sua posição empresarial.
O acordo forçava o empresário a fazer a transferência do valor por meio de criptomoedas e, em troca, Thiago forneceria a ele o acesso remoto ao seu dispositivo para que pudesse deletar os arquivos.
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Mas Thiago não parou por aí, mesmo após ter recebido o dinheiro. Segundo a publicação, ele continuou ameaçando o empresário através de perfis falsos em redes sociais. Depois de várias tentativas de extorsão, o asiático decidiu procurar o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que acionou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPES (Gaeco) e o prendeu.
Naquela altura, o Gaeco, que conduziu as investigações, já apontava que o patrimônio pessoal e empresarial de Thiago havia se multiplicado consideravelmente, durante os anos que ele extorquiu o empresário asiático.
O site A Gazeta, que repercutiu o caso no início do ano, afirma que o investigado teria obtido pelo menos US$ 1,8 milhão (cerca de R$ 9 milhões). Outro ponto que chamou a atenção dos investigadores foi o aumento de capital da clínica veterinária comandada por Thiago, que passou de R$ 30 mil em 2019 para R$ 1,5 milhão em 2023.
A reportagem afirma que teve acesso aos autos sigilosos e que um trecho do processo diz que “todos esses fatos demonstram, portanto, a possível utilização de parte dos aportes de investimentos feitos com os pagamentos oriundos da extorsão em face da vítima”.
*Um termo do texto foi alterado à pedido da defesa da vítima para preservar sua identidade.
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