Há um mês, a brasileira Rafaella Siqueira, de 34 anos, queria começar a investir em criptomoedas pensando no futuro de Débora, sua filha de quatro meses. Ela então procurou a corretora estrangeira Binance, onde sua irmã já era cliente.
No entanto, após duas tentativas de criar uma conta na plataforma, o sistema não a aprovava; na terceira, foi questionada se tinha irmã gêmea e foi aí que ela soube o porquê da negativa e se frustrou com a empresa.
Siqueira é gêmea idêntica, ou seja, ela e sua irmã possuem aparências parecidas e compartilham data de nascimento, nomes de pai e mãe e sobrenomes idênticos, informações que possivelmente bateram no sistema de identificação da Binance.
“Não imaginava que uma instituição internacional como a Binance tivesse esse tipo de problema, de não conseguir distinguir gêmeos. Se a minha irmã já tem conta e enviou a documentação dela, e estou enviando a minha, como seria possível sermos a mesma pessoa?”, disse ela, de acordo com uma publicação do site O Globo no domingo (17).
Após a descoberta, um funcionário da equipe da Binance pediu que as irmãs fizessem um vídeo juntas, cada uma segurando o respectivo documento de identificação.
No entanto, como uma mora no Rio de Janeiro e a outra no estado de Goiás, não foi possível gravar o vídeo. Frustada com essa burocracia, Rafaella então desistiu de abrir a conta na corretora.
A especialista em segurança de privacidade e pesquisadora-chefe da startup Unico, Yasodara Cordova, disse ao Globo que é possível cruzar outros dados para evitar a perda de uma cliente, como aconteceu com a Binance, coletando dados de onde elas acessam os celulares ou consultando seus documentos oficiais, já que cada pessoa tem o seu próprio CPF.
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