Alguns países estão considerando a criação de uma reserva nacional de Bitcoin em meio a uma histórica valorização de mercado que tem impulsionado a maior criptomoeda do mundo para novos patamares nas últimas semanas.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados têm repetidamente manifestado apoio a um projeto de lei para abastecer o Federal Reserve com o ativo, e em breve estarão em posição de possivelmente concretizar essa ideia.
Autoridades do governo brasileiro também apresentaram uma legislação para viabilizar essa possibilidade, enquanto políticos na Polônia e na Rússia endossaram a ideia de adicionar a moeda digital aos balanços de seus países.
El Salvador liderou esse movimento, tornando o Bitcoin moeda legal enquanto acumulava BTC para sua própria reserva desde 2021 — e agora o presidente Bukele comemora enquanto o ativo se aproxima dos US$ 100.000.
Embora não esteja claro se outros países realmente acumularão Bitcoin em breve, uma coisa é evidente: o interesse em manter o token como um ativo de reserva atingiu um nível febril. Aqui estão os países considerando uma reserva nacional de Bitcoin.
Brasil
Um projeto de lei protocolado na última semana pelo deputado federal Eros Biondini (PL/MG) propõe que o governo brasileiro crie de uma reserva nacional de Bitcoin.
A Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit) representaria 5% das reservas internacionais do Brasil, segundo o projeto apresentado em 25 de novembro. A proposta busca diversificar os ativos do Tesouro brasileiro.
Incorporar o Bitcoin ao Tesouro “reduzirá a exposição do Brasil a flutuações cambiais e riscos geopolíticos, aumentando a resiliência econômica”, afirmou o deputado no texto do projeto.
Segundo a proposta, o Banco Central do Brasil gerenciaria a reserva de Bitcoin em parceria com o Ministério da Fazenda. Esses fundos seriam usados para lastrear a moeda digital do banco central (CBDC) do Brasil, chamada Drex. Os Bitcoins seriam armazenados em carteiras frias, de acordo com o projeto.
Estados Unidos
Vários legisladores norte-americanos têm defendido a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin.
A senadora Cynthia Lummis, de Wyoming, apresentou na primavera passada um projeto de lei chamado “Bitcoin Act”, que propõe que os Estados Unidos adquiram até 200.000 Bitcoins anualmente por um período de cinco anos, ou até 5% do fornecimento total do token.
Os Bitcoins seriam armazenados em uma “rede descentralizada de cofres seguros operados pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”, com as aquisições sendo realizadas através da diversificação de fundos existentes do Federal Reserve, como títulos, empréstimos e ouro.
O presidente eleito Donald Trump também endossou a ideia de um “estoque estratégico de Bitcoin” em julho passado, durante o evento BTC 2024 em Nashville — uma das várias promessas relacionadas a cripto que ele deverá cumprir ao assumir o cargo.
“Será a política da minha administração manter 100% de todo o Bitcoin que o governo dos EUA atualmente detém ou vier a adquirir no futuro,” disse Trump no evento.
Polônia
O candidato à presidência da Polônia, Sławomir Mentzen, defendeu a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin, além de propor leis e regulamentações amigáveis à cripto no país.
“Se eu me tornar presidente da Polônia, nosso país será um paraíso para criptomoedas, com regulamentações muito amigáveis, impostos baixos e uma abordagem de apoio por parte de bancos e reguladores”, afirmou Mentzen em um post recente no X (antigo Twitter).
“Já é hora de os políticos poloneses também olharem para o futuro,” disse o político.
O candidato nacionalista de extrema-direita está em terceiro lugar nas pesquisas no país do leste europeu. Não está claro se seus oponentes políticos também apoiam a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin.
Rússia
Vários legisladores russos sugeriram este mês a criação de um “estoque de criptomoedas no “Tesouro do Estado”, apesar da oposição do presidente do Comitê de Duma Estatal, Anatoly Aksakov.
Eles também conseguiram aprovar uma legislação que legaliza a mineração de criptomoedas e o uso de ativos digitais para pagamentos internacionais neste outono.
A recente mudança de postura da Rússia em relação às criptomoedas sugere que o país pode reconsiderar a questão de uma reserva estratégica de Bitcoin, algo que pelo menos um de seus principais funcionários já expressou apoio anteriormente.
Em uma entrevista de 2021 ao Interfax, o vice-ministro das Relações Exteriores, Alexander Pankin, demonstrou abertura para substituir parcialmente as reservas lastreadas em dólares dos Estados Unidos por outras moedas, incluindo criptomoedas.
A Rússia poderia substituir dólares por várias moedas nacionais, bem como “no futuro, possivelmente… algum tipo de ativos digitais”, disse Pankin ao veículo.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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