Imagem da matéria: Brasil importou R$ 23,3 bilhões em criptomoedas neste ano mostram dados do Banco Central
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Os brasileiros já compraram quase R$ 23,3 bilhões em criptomoedas neste ano. Os dados foram divulgados pelo Banco Central em relatório na sexta-feira (14) e os números foram apresentando em dólares, somando desde janeiro US$ 4,270 bilhões.

Em agosto, o valor de compra foi de US$ 496 milhões. A compra de criptoativos atingiu seu pico em maio, quando os brasileiros compraram US$ 756 milhões.

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Desde então esses números vem caindo (US$ 695 milhões em junho e US$ 583 milhões em julho), mas ainda estão muito superiores em relação ao que foi visto no início do ano: em fevereiro as compras de criptoativos foram de US$ 386 milhões e em março US$ 357 milhões.

Veja abaixo os números (grifados em amarelo) da compra de criptoativos por brasileiros desde janeiro (valores em dólares):

Relatório de contas externas do Bacen

Fluxo de uma mão

O diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, disse nesta sexta (15) que os investimentos brasileiros em criptoativos no exterior são potencialmente três vezes maiores do que em ações americanas.

O executivo aponta que há um potencial para chegar em R$ 50 bilhões de criptoativos comprados por brasileiros.

Mas Serra, que falou em uma videoconferência organizada pela empresa Upon Global, fez uma ressalva: “É um fluxo de uma mão só. Pelo custo da energia, o Brasil não produz criptoativos, é apenas importador”.

Criptoativos entram nos balanços do BC

Em agosto foi a primeira vez que o Banco Central do Brasil sobre importação e exportação de criptoativos nas estatísticas do setor externo.

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Na ocasião, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse na ocasião que estava acontecendo “um aumento grande de demanda por criptomoedas”, ao participar de uma reunião do núcleo de estudos do Sistema Financeiro Nacional (Neasf) da FGV.

Campos Neto disse que naquele momento haviam cerca de US$ 40 bilhões (R$ 209 bilhões) em criptomoedas nas mãos de cidadãos brasileiros.

Pico em maio

Os dados de importações do BC confirmam que maio foi o mês de maior compra no Brasil, com R$ 4,127 bilhões em criptomoedas entrando no país (valores corrigidos com a cotação atual do dólar).

Naquele mês, o mercado brasileiro quebrou recorde ao negociar R$ 826 milhões em bitcoin em um único dia.

A visão do BC sobre criptoativos

A partir de agosto deste ano, a transferência de propriedade de criptoativos entre residentes e não residentes passou a ser divulgada pelo BC na conta de bens do balanço de pagamentos.

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Seguindo uma recomendação metodológica do FMI, o Banco Central compreende criptomoedas como bens (ativo não financeiro e produzido), de tal forma que precisam ser registrados nas estatísticas do setor externo. Por não haver registros aduaneiros para criptomoedas como o bitcoin, elas não são incluídas nas estatísticas de mercadorias. 

As transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio —  instrumento legal que registra a negociação entre comprador e vendedor de moeda estrangeira, seguindo as exigências do Banco Central. 

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