Blockchain vira peça-chave na luta contra o crime

De acordo com especialistas presentes em evento da Europol, redes blockchain permitem que investigadores sigam fundos criminosos e recuperem ativos roubados convertidos em criptomoedas
Bonequinhos de policiais em cima de um teclado

Shutterstock

Enquanto o Bitcoin e outras criptomoedas estão sendo cada vez mais usadas por criminosos, a natureza aberta da tecnologia blockchain também fornece às autoridades uma nova peça-chave de combater o crime organizado.

Este foi o consenso entre especialistas em criptomoedas e investigadores financeiros que na semana passada se reuniram para a 6ª Conferência Global sobre Finanças Criminais e Criptomoedas em Haia, organizada pela Polícia Europeia, a Europol, com o apoio do Basel Institute on Governance

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De acordo com os palestrantes, que representaram reguladores europeus, policiais e especialistas da exchange de criptomoedas Binance, bem como os detetives de blockchain Chainalysis, CypherTrace e TRM Labs, o uso de criptomoedas está se expandindo “para praticamente todos os países e setores”, facilitando novos formas de criminalidade.

Collaboration is key when it comes to investigating & prosecuting crypto-enabled crimes & money laundering.

To increase this cross-sector approach, Europol organised the 6th annual Global Conference on Criminal Finance & Cryptocurrencies #6CRC.

More -> https://t.co/gCS0y3LPPK pic.twitter.com/DjyX5yZ8Ej

— Europol (@Europol) September 2, 2022

Exemplos de atividades ilícitas em que a criptomoeda foi usada incluem contrabando de drogas, manipulação de resultados em esportes e financiamento de fabricação, aquisição, posse e exportação de armas de destruição em massa.

Além disso, há um número crescente de lavadores de dinheiro profissionais que aproveitam as opções oferecidas pelos ativos digitais para lavar receitas de crimes físicos e cibernéticos.

No entanto, referindo-se à natureza pseudônima da maioria das redes blockchain e à capacidade de rastrear – até certo ponto – transações de criptomoedas, os palestrantes também concordaram que “essas características únicas “oferecem uma oportunidade sem precedentes” para investigar o crime organizado e redes de lavagem de dinheiro e para eventualmente recuperar fundos roubados.

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O combate ao crime organizado, no entanto, também exigirá “as ferramentas, capacidade e cooperação certas”, disseram os especialistas.

Ficar à frente do crime

De acordo com a Europol, todas as partes envolvidas no combate ao crime, como policiais, reguladores e o setor privado, “estão trabalhando duro para ficar à frente daqueles que abusam de criptomoedas para cometer crimes e lavar dinheiro”.

A organização também conta com nova legislação europeia para “garantir que os criptoativos sejam tratados como quaisquer outros ativos para fins de regulamentação e supervisão contra lavagem de dinheiro”.

As novas regras, finalizadas em junho deste ano, exigirão que provedores de serviços, como exchanges de criptomoedas, coletem e armazenem informações que identifiquem pessoas envolvidas em transações cripto, bem como entreguem as informações às autoridades que estão conduzindo investigações.

Os novos regulamentos, no entanto, não vão impor obrigatoriedade de rastreamento em carteiras privadas e não custodiadas que o Parlamento da UE planejou inicialmente em março.

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No entanto, à medida que as autoridades policiais e judiciais tratam cada vez mais as criptomoedas como qualquer outro ativo de uma perspectiva legal, apreensão, gerenciamento e eventual conversão de criptomoedas em moeda fiduciária está se tornando uma tarefa muito mais fácil, disse a Europol.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co.

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