A Bittrex, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, baseada nos Estados Unidos, e que oferecia apenas o serviço de trocas entre criptomoedas, anunciou na quinta-feira (31) que a plataforma vai aceitar o dólar americano (USD) após uma parceria com o Signature Bank, de Nova York.
De acordo com o comunicado de imprensa da corretora, a princípio, apenas usuários qualificados como corporativos poderão usufruir do novo serviço. Os usuários poderão negociar as quase 200 criptomoedas registradas na plataforma em pares com o USD. Após a primeira fase, a bolsa irá expandir a todos.
“Por que todos não podem participar imediatamente da negociação fiduciária da Bittrex? Porque estamos usando uma abordagem de fase a fase para estabelecer um controle de qualidade nessa implantação”, diz o comunicado de imprensa.
Segundo a companhia, que tem um volume de negociações diárias de US$ 100 milhões, os novos clientes corporativos que desejam participar do mercado fiduciário devem preencher um formulário de solicitação de conta corporativa, e os clientes corporativos atuais devem solicitar a negociação em fiat preenchendo uma ficha de solicitação de ativação no novo modelo.
Desde a sua fundação em 2013, a Bittrex ofereceu apenas pares cripto-cripto para negociações. O que mais se ‘aproximou’ de uma moeda fiduciária foi quando listaram USDT, uma “stablecoin” (ativos com outros valores atrelados) indexada em dólar, criada pela Tether (que é uma startup de blockchain). O problema era que o token não podia ser resgatado com segurança em dinheiro físico.
A bolsa disse que os novos pares de negociação vão iniciar com Bitcoin (BTC), Tether (USDT) e TrueUSD (TUSD). Mercados fiat adicionais serão implementados em um futuro próximo.
“Tem sido um longo caminho. Não se trata apenas de bancos poderem confiar na Bittrex, mas de os bancos confiarem nas criptomoedas em geral. O novo mercado está virando a página em termos de aceitação”, disse o diretor executivo da empresa, Bill Shihara, em uma entrevista, segundo a Bloomberg.
A partir de 31 de maio, os comerciantes corporativos em Washington, Califórnia, Nova York e Montana já podem fazer depósitos em dólar americano.
Desconfiança de Instituições Financeiras
“Encontrar um parceiro bancário tem sido uma luta para todas as corretoras de criptomoedas, já que a maioria das instituições hesita em prestar serviços a empresas envolvidas em uma indústria que é frequentemente vista (talvez erroneamente) como um paraíso para lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas”, conforme a análise da CCN.
A Coinbase revelou a burocracia e a apreciação minuciosa que bancos realizam para aceitar uma parceira, citando até antecedentes de todos os envolvidos. Essas informações partiu do acordo da subsidiária no Reino Unido com o Barclays em março.
Shihara disse que eles realmente olham e examinam todo o negócio.
“Eles querem ter certeza de que temos processos sólidos e controle financeiro. Eles fazem verificações de antecedentes e tudo mais”, relatou o executivo.
No Brasil, uma briga judicial entre a corretora Mercado do Bitcoin e o banco Santander teve desfecho recente, no qual a instituição mais antiga saiu ganhando na ação que foi movida ainda no ano passado.
Em nota, a corretora lamentou a decisão e disse que tomaria as providências necessárias. Na ocasião, o Santander não quis se pronunciar alegando que o banco “não comenta caso sub judice”.
Em 2015, o Itaú agiu de maneira semelhante ao Santander contra a mesma exchange. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça que também deu vitória para o banco.
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