Bitcoin segue em queda e se aproxima da temida “Cruz da Morte”; entenda

Se confirmar o movimento, será apenas a nona vez que o Bitcoin atinge a cruz da morte desde sua criação
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(Foto: Shutterstock)

Conforme o preço do Bitcoin (BTC) segue em queda já operando abaixo de US$ 26 mil , a maior criptomoeda do mundo em valor de mercado caminha para atingir a chamada “Cruz da Morte“, indicando que os investidores podem se preparar para mais quedas pela frente.

A cruz da morte é um padrão gráfico registrado quando a média móvel de um período curto de um ativo (50 dias, no caso do Bitcoin) cai abaixo de sua média móvel mais longa (200 dias). Isso costuma ser interpretado como um sinal de que esse ativo entrará em uma tendência de baixa, ou bear market. Vale ressaltar, no entanto, que nem sempre essa tendência se concretiza.

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Se o movimento se confirmar, será apenas a 9ª vez que o Bitcoin atinge a cruz da morte em sua história, segundo dados do site CoinDesk. Apesar de poucas vezes, em cinco ocasiões a criptomoeda atingiu um valor ainda mais baixo um ano depois do sinal.

Datas em que o Bitcoin atingiu a cruz da morte e qual era o seu desempenho 3, 6 e 12 meses depois (TradingView/CoinDesk)

“No gráfico do Bitcoin, tal padrão [cruz da morte] pode se formar na próxima semana”, disse Alex Kuptsikevich, analista da FxPro ao CoinDesk. “Tal sinal sugere um declínio adicional, enfatizando a tendência de baixa.”

Desde 2018, o Bitcoin atingiu o sinal gráfico pelo menos uma vez por ano, sendo que a última vez foi em janeiro de 2022, quando estava no valor de US$ 43.092.

O Bitcoin não está sozinho nessa jornada de queda. O Ether (ETH), segunda maior criptomoeda em valor de mercado, também está prestes a entrar na cruz da morte.

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Dólar se aproxima da “Cruz Dourada”

Enquanto o Bitcoin vai para o caminho negativo, o dólar segue o movimento contrário, se aproximando da chamada “Cruz Dourada”. Esse movimento ocorre quando a média móvel de 50 dias supera a de 200 dias, que é o que está acontecendo com o dollar index, que acompanha o valor da moeda americana contra uma cesta de divisas.

O Bitcoin e outros ativos de risco, como ações de empresas de tecnologia, geralmente estão inversamente correlacionados com o dólar. Para se ter uma ideia, o dollar index subiu 5,3% desde julho, atingindo seu valor mais alto desde 15 de março, enquanto a criptomoeda caiu 19% no mesmo período.

Alta no ano não empolga

Apesar da alta de 55% no ano e do recente salto (que durou pouco) após a vitória da gestora Grayscale contra a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) na tentativa de lançar um ETF de Bitcoin à vista, analistas não estão muito animados com o mercado cripto no curto prazo.

“Os preços agora são os mesmos de antes das notícias da Blackrock que injetaram nova vida nas chances de um ETF de Bitcoin spot”, disse a K33 Research em nota na última terça-feira.

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“No mesmo período, o Nasdaq 100, muitas vezes um bom indicador do apetite geral pelo risco do mercado, subiu 2%. Os ETFs à vista de Bitcoin serão enormes e parece evidente que o mercado está avaliando-os incorretamente”, continuou a empresa.

Com a proximidade da cruz da morte e a falta de uma decisão da SEC sobre o tão aguardado ETF, analistas e investidores já se preparam para a continuidade dos preços mais baixos do Bitcoin por um tempo.