Bitcoin se aproxima dos R$ 60.000 e atinge maior preço no Brasil desde 2017

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Halving e aumento dos holders tiveram impacto no preço (Foto: Shutterstock)

O bitcoin atingiu o maior preço em Real desde a grande alta ocorrida em dezembro de 2017. O ativo operou em forte alta desde o início da semana e, às 12h59 desta sexta-feira (31), foi negociado no Brasil acima dos R$ 59.000.

Impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar, o bitcoin está cada dia mais perto de atingir a máxima histórica na moeda brasileira — registrada no dia 17 dezembro de 2017, quando bateu R$ 69.702,93, segundo dados do Índice de Preço do Bitcoin (IPB).

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O dólar atual está 58% mais caro do que no final de 2017, quando era negociado por volta dos R$ 3,30. Quando o BTC bateu R$ 59.000 pela primeira vez, a cotação em dólar era de US$ 16.500.

Para o analista de criptomoedas Marcel Pechman, com a desvalorização constante da moeda brasileira, “a tendência de preço do bitcoin, ao menos quando cotado em Real, é de alta infinita”.

“O Real tem se depreciado a um ritmo de 6% ao ano nos últimos 9 anos. Pode parecer pouco, mas isso significa que a cada 12 anos seu poder de compra cai pela metade. Por este motivo, o brasileiro deve, mais do que nunca, buscar investimentos cotados em moeda forte.”, disse o analista ao Portal do Bitcoin.

Para o portfolio manager no BLP Asset, Alexandre Vasarhelyi, é preciso lembrar que o preço do bitcoin é multifatorial. Ele elenca dois fatores fortes de redução de oferta: o halving e o fato de que o número de investidores que não movimentam o ativo a mais de um ano está na máxima histórica, de 63%. “Isso indica uma percepção de ganhos futuros”, diz.

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Outro fator responsável pela valorização recente do bitcoin, segundo Vasarhelyi, são as eleições americanas no segundo semestre, que tendem provocar muitos ruídos:

“Se tivermos uma eleição com votos pelo Correios [por causa do coronavírus], abre-se espaço para contestação da própria eleição por qualquer um dos lados da disputa. Isso pode ser um dos motivos para o dólar estar se enfraquecendo frente ao euro, yen, ouro e, portanto, o bitcoin. Está dentro da narrativa de porto seguro”.

A principal criptomoeda do mercado teve uma ótima recuperação em 2020 após a crise do coronavírus, que derrubou todas as bolsas ao redor do mundo e fez o bitcoin cair até a mínima anual de R$ 22 mil em março. Desde então, o ativo já acumula valorização de 170% em real. No ano, o acumulado é de 102%. Na cotação em dólar, o BTC registra ganhos de 54%.