Após renovar sua máxima histórica repetidas vezes nos últimos dias, o Bitcoin (BTC) pausa o rali ao entrar no final de semana e retorna para a faixa dos US$ 109 mil.
Em queda de 1,5% nas últimas 24 horas, a criptomoeda líder é negociada a US$ 109.028 na manhã deste sábado (24), mas chegou a atingir uma mínima de US$ 107,1 mil na noite passada. Em reais, o BTC é cotado a R$ 622.980, segundo dados do Portal do Bitcoin.
As quedas do último dia, no entanto, não anulam os ganhos de 6% que o Bitcoin acumula na semana — porcentagem que salta para 18% nos últimos 30 dias.
Não é surpresa que o Bitcoin recua após atingir novos topos históricos, à medida que a fase de descoberta de preço se estabiliza e o mercado busca um novo ponto de suporte.
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Em nota de sexta-feira, os analistas da QCP Capital apontaram a probabilidade de volatilidade no curto prazo, “enquanto os mercados navegam por um terreno ainda pouco familiar”.
“De forma encorajadora, este rali parece estruturalmente mais robusto do que o anterior, com menos euforia especulativa e fundamentos mais sólidos”, afirmaram.
“O pano de fundo mais amplo continua inclinado para o viés de alta. Um ambiente regulatório mais favorável nos Estados Unidos, aliado ao fluxo persistente de investimentos institucionais por meio de ETFs e alocações diretas no mercado à vista, está impulsionando uma demanda estrutural.”
Tarifas de Trump voltam a pressionar mercado
O rali do mercado cripto foi interrompido na sexta-feira, refletindo tensões macroeconômicas após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar novas tarifas contra a União Europeia e a Apple, fabricante do iPhone avaliada em US$ 3 trilhões.
A União Europeia, uma das maiores parceiras comerciais dos EUA, deve enfrentar tarifas de 50% sobre produtos importados para os EUA a partir de, no mínimo, nove dias, afirmou Trump em uma postagem no Truth Social.
A Apple também deverá pagar tarifas de 25% sobre iPhones que não forem fabricados nos EUA, sugeriu o presidente em outra postagem, embora não tenha especificado quando as novas tarifas entrariam em vigor.
Neste cenário, as altcoins copiam a desvalorização do Bitcoin. A maioria dos criptoativos estão no vermelho neste sábado, com Dogecoin (DOGE) e Cardano (ADA) registrando as maiores quedas no top 10, recuando pouco mais de 6% no dia.
A Solana (SOL) também cai 4,3%, para ser negociada a US$ 177, seguida por Ethereum (ETH) e XRP, que marcam perdas de 3,5%.
Para o analista da Nansen, Nicolai Sondergaard, a reação do mercado às novas tarifas de Trump confirmou a sensibilidade macroeconômica predominante do Bitcoin e de outros ativos de risco.
“Não espero que essas tarifas sejam realmente implementadas. Este movimento parece mais voltado a influenciar as discussões em andamento, possivelmente sinalizando que as negociações não estão avançando como o esperado”, disse ele ao The Block.
“Por ora, isso parece uma disrupção temporária, não uma mudança estrutural — mas destaca o quão sensíveis os ativos de risco estão a sinais de política, especialmente no ambiente macro atual.”
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