O impacto climático da mineração de Bitcoin (BTC) é equivalente a algumas das indústrias mais hostis ao meio ambiente do mundo, como por exemplo os setores de petróleo, carne, gás e carvão – e supera amplamente o da extração de ouro, com o qual a criptomoeda é constantemente comparada. A afirmação é de um um estudo da Scientific Reports, publicado no site da revista Nature na quinta-feira (29).
O artigo faz estimativas dos danos climáticos relacionados à mineração de cada Bitcoin e os compara com frações equivalentes de outras indústrias. Ele usa critérios de sustentabilidade “para sinalizar quando os danos climáticos podem ser insustentáveis”. Segundo avaliação dos pesquisadores, “a mineração de BTC falha em todos os critérios”.
Os danos relacionados ao clima gerados por cada Bitcoin minerado geraram um custo econômico de emissões de dióxido de carbono superior a US$ 11.300 em 2021, revela o estudo. Vale lembrar que a forma que são gerados novas criptomoedas de BTC demanda por uma grande quantidade de eletricidade, devido ao sistema de consenso nativo da rede, chamado Proof of Work (Prova de Trabalho).
Em comparação com anos anteriores, entre 2016 e 2021, os danos climáticos médios de cada bitcoin minerado foram de 35% de seu valor de mercado. No entanto, entre 2020 e 2021, estimaram os pesquisadores, essa taxa subiu para quase 60%.
Os números colocam o setor de mineração de bitcoin muito mais próximo aos números de indústrias não amigáveis ao meio ambiente, como produção de carne bovina (33%), produção de gasolina a partir de petróleo bruto (41%) e uso de gás natural para gerar eletricidade ( 46%), resumiu a Forbes ao comentar o relatório.
O artigo da Scientific Reports afirma: “Juntos, esses resultados representam um conjunto de bandeiras vermelhas de sustentabilidade”.
Números no gráfico divulgado pela Scientific Reports, entre 2016 e 2021, o Bitcoin especialmente em 2020 (82%) só ‘perde’ para a commoditie “carvão” (95%); nos outros anos, tem custo números parecidos com com gás natural (46%); gasolina (41%); e carne (33%).
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Do ponto de vista dos danos climáticos, continua a publicação, os pesquisadores disseram que o bitcoin é mais “bruto” do que o ouro, que tem custos climáticos de apenas 4% do seu valor. No total, os danos climáticos globais do bitcoin entre 2016 e 2021 são estimados em US$ 12 bilhões, e as emissões de carbono da mineração aumentaram 126 vezes nesse período.
Entrave ao futuro
Os custos ambientais das criptomoedas, das quais o bitcoin é visto como o maior vilão, tornaram-se um ponto chave para traçar o futuro do setor. Em 2021, ressalta a revista Forbes, os pesquisadores estimaram que a mineração global de BTC usava mais energia do que países como Áustria ou Portugal.
Outro ponto, ressalta a revista, a sustentabilidade se tornou um alvo para reguladores em todo o mundo. A China, que antes dominava o setor de mineração de bitcoin, fez as empresas correrem do país em 2021, quando reprimiu o setor, “pelo menos em parte por razões ambientais”.
Existem alternativas mais eficientes disponíveis para criar criptomoedas, comentou a publicação, se referindo ao novo consenso de mineração do Ethereum, segunda maior criptomoeda do mundo. No dia 15 de setembro a rede Ethereum concluiu a Fusão (Merge) com uma atualização que concretizou a troca de consenso da rede do modelo proof-of-work (PoW) para o proof-of-stake (PoS).
“É possível que o ecossistema bitcoin possa passar por uma mudança semelhante no futuro e outros estão tentando tornar a indústria mais limpa usando energia mais verde para minerar”, conclui o levantamento.
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