Imagem da matéria: Bitcoin é bolha? Tiago Reis e defensor debatem sobre criptomoedas em podcast
(Divulgação)

Cada diz mais ouvimos notícias do aumento da adoção de criptomoedas, em especial a maior delas, o Bitcoin (BTC), que esse ano ganhou diversos ETFs à vista nos Estados Unidos e levou a um grande aumento de compradores institucionais. Mas nem todos ainda estão convencidos do potencial do BTC e outras criptos.

E diante disso, o podcast Market Makers colocou frente a frente um dos maiores críticos do Bitcoin, Tiago Reis, fundador da Suno, e Richard Rytenband, fundador da Convex Research e defensor das criptomoedas pelo menos desde 2018.

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Reis argumenta que investidores, quando compram ativos, buscam retornos compatíveis com o risco que estão tomando e que na história apenas duas classes de ativos criaram riqueza: participação em empresas e imóveis.

Para ele, o mercado cripto é uma bolha porque não tem como um investidor ganhar dinheiro a não ser que outra pessoa compre o ativo dele por um preço maior.

“Quando eu olho para essa classe de criptomoedas, que várias viraram pó e pouco se fala a respeito, pode ser entendido como um bem colecionável ou como uma moeda”, afirma Reis. “Se formos tentar encaixar esses ativos em uma dessas classes, veremos que em colecionáveis os retornos não são tão bons assim, na média – apesar de um ou outro que desponta -, e na classe de moedas, quem ganha é quem cria a moeda. Essa é a história da humanidade.”

Diante disso, ele defende que não há outras formas de se ganhar dinheiro com cripto a não ser vender para quem pague mais, diferente de ações ou imóveis, que pagam dividendos, fazem recompras, entre outras opções de rendimento.

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Rytenband, por sua vez, rebateu dizendo que não faz sentido querer olhar para toda a “história da humanidade”, se o Bitcoin é recente, criado em 2009.

“Precisamos entender do que estamos falando. Estamos falando de uma moeda, um sistema de pagamento, com uma oferta limitada, controle de emissão que está desde a origem no seu protocolo, global, que funciona 24 horas por dia todos os dias da semana, e que vem em resposta à crise de 2008”, diz ele.

Segundo o fundador da Convex, o Bitcoin luta contra a perda de poder aquisitivo das pessoas. Citando o Plano Real, criado em 1994, ele lembra que a moeda brasileira perdeu 88% de poder de compra nesses 20 anos. O dólar, no mesmo período, perdeu 40% de poder, sendo que em 100 anos, a moeda americana já perdeu 97% do pode aquisitivo.

“Bolhas financeiras são inerentes a qualquer ativo disruptivo, você vai ter momentos de exagero que descola dos fundamentos”, explica Rytenband reforçando que o Bitcoin “é como qualquer outro ativo, e teve bolhas financeiras, são coisas são naturais a qualquer ativo”.

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“Agora, bolha como fraude. Quando o fruto do trabalho das pessoas está sendo dizimado ano após ano pela perda de valor aquisitivo você tem que ter uma alternativa”, defende ele sobre a capacidade do BTC em defender o poder das pessoas.

Golpes e a adoção

O debate, que durou cerca de duas horas, foi bastante acalorado, e entre um dos principais temas esteve o alto número de golpes feitos com criptomoedas e o fato delas poderem facilitar esses esquemas.

Reis, citando inclusive a pirâmide Braiscompany, levantou inclusive o fato de existirem milhares de criptos e que muitas desaparecem rapidamente deixando prejuízo para investidores, além de exchanges e outros tipos de golpes com empresas prometendo retornos altos, por exemplo.

Rytenband, por outro lado, afirma que realmente existem pessoas que se aproveitam desse cenário de experimentação com as criptomoedas, seja com projetos fraudulentos – ou que legitimamente dão errado – e também com esquemas como pirâmides e golpes, mas que essas coisas ajudam na evolução e melhoria do protocolo do Bitcoin.

“Essa camada de experimentos (altcoins) é um tiroteio. A pessoa achar que vai segurar para sempre ou acreditar que há um ‘novo Bitcoin’, elas viram pó mesmo”, diz o analista ressaltando que altcoins são diferentes do BTC e que é natural essa classe nova de ativos ainda estar em uma fase de grande evolução e melhoria.

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Em outro momento que tem sido destacado por espectadores nos comentários do vídeo, Reis critica a falta de adoção do Bitcoin como meio de pagamento e cita um taxista que ele usou para ir até a gravação do podcast. Porém, o fundador da Suno não apresenta dados concretos e fala apenas em “perguntar para os lojistas” da região.

Já Rytenband questiona a falta de dados do seu oponente e cita relatórios que mostram um aumento de adoção de criptomoedas ao redor do mundo, com destaque para países que passam por crises econômicas ou grande inflação, já que esses ativos ajudam a proteger o poder de compra dos usuários.

Em julho, uma nova pesquisa da Triple-A mostrou que o Brasil está em sexto lugar num ranking global de adoção de criptomoedas, com 17,5% da população usando ativos digitais. O primeiro lugar ficou com os Emirados Árabes, onde pouco mais de 25% das pessoas utilizam criptos.

Confira abaixo o debate na íntegra:

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