Imagem da matéria: “Bitcoin é a geração maligna da crise financeira", diz membro do Banco Central Europeu

O economista francês Benoît Cœuré, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), durante sua participação na conferência Economics of Payments IX que acontece em Basileia, na Suíça, nesta quinta e sexta-feira (15 e 16/11), elogiou a tecnologia blockchain, mas criticou duramente o bitcoin.

De acordo com a publicação que descreve sua fala de abertura do evento, em um trecho, o executivo diz que a tecnologia blockchain é promissora, mas o bitcoin é “a geração maligna da crise financeira”.

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Cœuré, que também é presidente do Comitê de Pagamentos e Infraestrutura de Mercado do Banco de Compensações Internacionais (CPMI na sigla em inglês), abordou a crescente conscientização sobre as criptomoedas e seu uso como parte de um discurso mais amplo sobre os 10 anos de aniversário da ‘queda do Lehman’.

[Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos que pediu concordata após incorrer em perdas bilionárias em decorrência da crise financeira global em 2008]

No entanto, Cœuré concorda que em termos de tecnologia financeira, “o bitcoin é uma ideia extremamente inteligente”.

“Infelizmente, nem toda ideia inteligente é uma boa ideia. São muitas as oportunidades que o blockchain pode prover, mas os problemas do bitcoin também são abundantes. Acredito que Agustín Carstens [diretor geral do BIS] tenha resumido bem quando disse que o bitcoin é “uma combinação de uma bolha, um esquema Ponzi e um desastre ambiental“, disse Cœuré.

O executivo também dissertou que, apesar dos problemas, os bancos centrais podem aproveitar a tecnologia para emitir moedas digitais apoiadas pelos bancos centrais.

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Alguns bancos já têm explorado ou pelo menos estão planejando em um futuro próximo o conceito de moedas digitais dos bancos centrais, estudando como a nova tecnologia pode ser usada ​​para ajudar os sistemas monetários nacionais, observou a Coindesk.

Em particular, Cœuré disse que cerca de 57% dos bancos centrais que já estudam as moedas digitais (CBDC, do inglês Central Bank Digital Currency) veem duas aplicações principais com potencial.

A primeira, disse ele, é especificamente para transações de alto valor, como transferências interbancárias, enquanto a segunda seria mais geral, para o uso no dia a dia por consumidores.

Os bancos também estão descobrindo que existe um aspecto potencial de serviços de pagamento relacionados a remessas transnacionais.

“Há um amplo consenso de que uma CBDC, seja qual for a forma, provavelmente não será emitida na próxima década, mesmo entre os quatro bancos centrais que indicaram ter chegado ao estágio de desenvolvimento de um projeto piloto”, disse Cœuré.

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