Bitcoin (BTC) ensaia reação e supera US$ 20 mil em meio ao tumulto das stablecoins; Ethereum (ETH) também sobe

Principais criptomoedas registram alta após as fortes perdas dos últimos dias, enquanto a stablecoin USDC segue operando abaixo da paridade com o dólar
Moeda de bitcoin com grafico ao fundo

Shutterstock

Enquanto as stablecoins vivem um dia caótico, o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) mostram sinais de reação neste sábado (11) após as quedas acentuadas do dia anterior em meio ao fechamento do banco Silicon Valley Bank (SVB).

O preço do Bitcoin voltou a superar o patamar de US$ 20 mil, com uma alta que chegou a superar 4% durante a manhã. Por volta das 11h45, a maior criptomoeda era negociada a US$ 20.229, com alta de 1% nas últimas 24 horas. No acumulado dos últimos sete dias, no entanto, as perdas ainda superam 9%. Já o Ether apontava elevação de 1,5%, aos US$ 1.449.

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No entanto, outras criptomoedas de peso ainda não apontam alta semelhante. Os investidores ainda parecem receosos de assumir riscos com altcoins em um momento turbulento. Assim, BNB opera estável, enquanto XRP cai 2%, MATIC recua 0,5% e SOL perde 1,3%. As memecoins tampouco se saem melhor: DOGE desvaloriza 1% e SHIB cai 2%.

Ontem, durante o pânico gerado pela quebra do SVB, US$ 77 nilhões evaporaram do mercado de criptomoedas. Sna quinta, o valor de mercado total das criptomoedas se mantinha pouco acima de US$ 1 trilhão; na sexta, o importante nível foi perdido, com o market cap ficando por volta de US$ 923 bilhões. Além disso, dados do Coinglass mostram que 135,3 mil traders foram liquidados na sexta, com o total de liquidações chegando a bater US$ 419,75 milhões.

Stablecoins em chamas

Enquanto isso, o mercado de stablecoins segue tumultuado. O preço da stalkecoin USDC, da Circle, se mantém abaixo da paridade com o dólar, na casa dos US$ 0,91, enquanto o token USDT, da Tether, opera com alta de US$ 1,01, o que sugere que traders continuam retirando dinheiro do token emitido pela Circle para comprar o da Tether. Outros tokens supostamente estǘeis, como BUSD e DAI, também seguem operando abaixo da paridade.

O início da turbulência parece ter sido o anúncio de que a Circle, emissora da stablecoin USDC – a segunda maior do mercado – tem US$ 3,3 bilhões, usados como lastro da USDC, bloqueados no Silicon Valley Bank. A empresa disse que o SVB é um dos seis bancos que a Circle usa para administrar um total de 25% das reservas da stablecoin.

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As stablecoins derivam seu valor dessas reservas; se algum ativo vale US$ 43 bilhões – como era o caso da USDC na sexta-feira -, deve haver aproximadamente o mesmo lastro, seja em dinheiro ou títulos, para dar suporte ao ativo. A capitalização de mercado de USDC caiu para menos de US$ 40 bilhões nas últimas horas.

Em meio aos problemas, diversas corretoras de criptomoedas, entre elas as gigantes Binance e Coinbase, anunciaram a suspensão temporária das conversões de USDC.

Crise passageira

Segundo o portal CoinDesk, alguns analistas de mercado parecem ignorar temores prolongados sobre a saúde da stablecoin USDC, apontando para o suporte do tesouro dos EUA ao token.

Adam Cochran, sócio do fundo criptográfico CEHV, disse à reportagem que a natureza do SVB – com pagamentos garantidos pelo governo americano – sugere que os temores sobre a saúde do token USDC foram exagerados. “O dano máximo que prevejo para a Circle é de $ 198 milhões, dentro dos $ 3,3 bilhões presos no SVB”

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Já o cofundador da North Rock Digital, Hal Press, tuitou que 77% das reservas da Circle eram mantidas em títulos do tesouro dos EUA – citando documentos oficiais –, o que significa que o preço mínimo teórico do USDC é de US$ 0,77 centavos. “A Circle detém 77% de suas reservas em T-Bills de 1 a 4 meses. Esses T-Bills são mantidos no BNY Mellon e administrados pela Blackrock. Isso fornece um piso absoluto no USDC de US$ 0,77”, disse Press.