Após pouco mais de dois anos, o Bitcoin (BTC) acaba de romper o patamar de US$ 69 mil, atingindo assim sua nova máxima histórica de US$ 69.001 ao meio-dia desta terça-feira (5), com base nos dados do CoinMarketCap. O movimento ocorre após um forte rali iniciado em fevereiro, que ainda marcou a maior alta mensal da criptomoeda desde dezembro de 2020.
No momento da publicação desta matéria, o BTC registrava ganhos de 3,2% no acumulado de 24 horas, cotado no momento a US$ 68.783. A cotação do BTC passa por uma grande volatilidade nesta manhã. Outro agregador de preço popular no mercado, o CoinGecko, ainda indica que a criptomoeda não superou seu topo histórico.
“É possível, tendo em vista a volatilidade do Bitcoin, que a moeda experimente uma queda mínima nos próximos dias, após ultrapassar esses US$ 69 mil. Ainda assim, é válido que o investidor se mantenha atento ao BTC, tendo por base que, após o halving, é esperado que o mercado se depare com ondas de altas nunca vistas anteriormente”, explica André Franco, analista do Mercado Bitcoin.
Depois de iniciar o ano com grande volatilidade, mas em clima de otimismo, a maior criptomoeda do mundo passou a engatar fortes altas no mês passado puxada pelo grande fluxo de entrada no recentes ETFs à vista negociados nos Estados Unidos.
Desde que começaram a operar, em 11 de janeiro, os nove ETFs de Bitcoin já acumularam cerca de 350 mil bitcoins, o que equivale a mais de US$ 22 bilhões atualmente. Essa acumulação tem levado a um cenário de choque de demanda, em que mais BTCs estão sendo comprados do que produzidos por dia.
“Embora 900 bitcoins sejam produzidos diariamente, os ETFs recém-criados nos EUA demandam 2.800 bitcoins por dia”, disse James Butterfill, chefe de pesquisa da CoinShares, ao The Block recentemente.
“Isto levou a uma redução de 28% nas participações das exchanges desde 2020, indicando um mercado que atravessa um choque significativo na demanda”, completou o analista.
O que se vê é um grande fluxo que passa tanto pelos investidores de varejo quanto os institucionais, o que traz ainda mais força para o rali do Bitcoin.
Recorde antes do halving
A alta do Bitcoin também ocorre antes de eventos que tendem a favorecer seu preço, mas que analistas não esperavam que fossem impactar os gráficos tão cedo. O principal deles é o halving, previsto para ocorrer em abril.
O halving é um processo que ocorre a cada quatro anos e que reduz a recompensa dos mineradores pela metade, o que, por consequência, faz um corte na oferta de novos ativos entrando no mercado. Neste próximo evento, a recompensa por bloco minerado cairá de 6,5 BTC para 3,125 BTC.
Com a demanda aumentando com o tempo e essa oferta sendo reduzida, tende a haver uma pressão positiva no preço, que costuma causar uma forte alta no Bitcoin meses depois de cada halving. Desta vez, porém, o movimento parece já estar sendo antecipado pelo mercado.
Além disso, os investidores já estão atentos para que em breve o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, comece a cortar a taxa de juros no país. Esse tipo de movimento tira a atratividade de ativos considerados mais seguros, como Títulos do Tesouro, e tende a favorecer o investimento em risco, como ações e criptomoedas.
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