Imagem da matéria: Biografia do criador da FTX mostra uma balança (ainda) desregulada | Opinião
(Foto: Wikimedia Commons)

O mercado cripto surgiu e ascendeu na defesa de uma nova economia financeira, descentralizada, sem intermediários, onde a tecnologia blockchain pode unir dois indivíduos a transacionar sem um ente intermediário. Como qualquer mercado novo, ele vai crescendo e aprendendo com seus acertos e erros. E o livro “Sem Limites” de Michael Lewis (Editora Harper Collins) é uma obra que explora as origens de um desses erros, através da vida e carreira de Samuel Bankman-Fried (SBF), o fundador da corretora de criptomoedas FTX, e a ascensão e queda desta empresa. 

Demonstrando traços de uma infância peculiar, desconectada, e que sutilmente carrega os traços de formação de caráter daquele que seria o futuro líder da FTX, SBF é apresentado como um personagem excêntrico e enigmático, com uma mentalidade de “eficácia altruísta” – um movimento que busca maximizar o impacto positivo de doações e investimentos, e que foi um dos motores por trás da criação da FTX, que rapidamente se tornou uma das maiores plataformas de negociação de criptomoedas no mundo.

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Ao abordar de forma detalhada os altos e baixos da empresa, incluindo a rivalidade com outras corretoras, as parcerias estratégicas, os desafios regulatórios que enfrentaram, além da cultura interna da FTX, que combinava um ambiente de trabalho informal com uma ética de trabalho intensa e uma busca incessante por crescimento, tudo isso vai construindo um verdadeiro quebra-cabeças que ainda está sendo dissecado pelo Departamento de Justiça dos EUA mesmo após o sentenciamento de SBF.

E a narrativa de Lewis conduz o leitor em alta velocidade neste ecossistema, a ponto de colocá-lo de certa forma impactado para seu terço final, onde os detalhes vão sendo buscados, ligados, e vai se demonstrando a raiz de todo aquele ciclone que a FTX causou em sua ascensão e queda, para o mercado e para seus clientes. Além disso, há uma análise polêmica sobre a legalidade de todo o aparato das prisões, mesmo com fundamentadas e notórias alegações de crimes financeiros, trazendo uma pequena brecha para se analisar Bankman-Fried sob um prisma mais humano que ele mesmo nunca abraçou em sua vida.

A obra portanto não deixa de ser uma versão daquilo que Samuel Bankman-Fried construiu e destruiu na mesma velocidade, e como nem sempre a recente onda de aceleração pregada no mercado de startups traz benefícios para a sociedade, mas ao mesmo tempo mostra a importância de exemplos como o da FTX (talvez menos volumosos) também trazem boas raízes pro mercado absorver e crescer. Uma balança ainda desregulada, mas cada vez mais precisa de acordo com suas projeções de futuro no mercado financeiro.

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