A Binance aumentou a aposta no Brasil em 2021 e contratou como diretor Ricardo Da Ros, que desde o início de 2019 comandava a divisão brasileira da argentina Ripio. Ele vai ajudar na estruturação da operação no país. A informação foi confirmada pela exchange.
A maior corretora de criptomoedas do mundo vem avançando nos planos brasileiros sem chamar muita atenção. A contratação ocorreu em janeiro — no período em que a startup argentina anunciou a aquisição da Bitcointrade.
Um executivo do mercado brasileiro, que pediu para não ser identificado, disse que a multinacional de recrutamento Michael Page chegou a entrar em contato para uma posição na Binance. Ele, contudo, negou o interesse.
Até então, único nome da corretora no país era Mayra Siqueira, que comanda a área de Relações Públicas. Agora também se soma ao time Bruna Grybogi, que antes atuava como head de marketing da Bitpreço.
Desafios da Binance
As contratações sinalizam também o momento aquecido do mercado brasileiro, com disputa por cargos (a vaga de country manager da Ripio ainda não foi preenchida) e uma disputa pela liderança em volume negociado.
Entre as missões de Da Ros estarão a de dar mais transparência às operações da Binance com relação às normas da Receita Federal e a de normalizar a relação com a Comissão dos Valores Mobiliários (CVM), que ordenou a suspensão do produto de derivativos da empresa no ano passado.
Além disso, vai enfrentar a crescente pressão da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), que tem uma relação mais forte com os reguladores, e que em recente artigo afirmou que os produtos da Binance são oferecidos “sem o devido amparo legal das autoridades locais e, portanto, absolutamente à margem da legislação brasileira”.