Um esforço conjunto do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e Banco da Inglaterra demonstrou que pode fornecer dados quase em tempo real sobre os passivos das stablecoins e os ativos que as respaldam.
Apelidada de Pyxtrial, a iniciativa também poderia se estender ao monitoramento de outros produtos tokenizados apoiados por ativos do mundo real, em uma tentativa de enfrentar os principais desafios para os vigilantes financeiros, segundo um relatório publicado na quarta-feira (31).
A Pyxtrial inclui recursos que permitem às autoridades extrair dados diretamente dos sistemas dos emissores para verificar passivos on-chain.
Isso se dá após um período tumultuado de anos passados, em que os emissores de stablecoin foram questionados sobre a validade das reservas que eles alegam ter em mãos para respaldar seus tokens.
Várias exchanges e emissores de criptomoedas optaram por uma abordagem autorregulada, tentando amenizar as preocupações publicando suas “provas de reservas” após o colapso da exchange FTX em 2022.
A prova de reservas refere-se a um método de verificação de que uma plataforma de negociação ou empresa de criptoativos tem, de fato, um respaldo individualizado para os ativos digitais que mantém sob custódia em nome de seus clientes.
A Tether Ltd., emissora da maior stablecoin do mundo em termos de capitalização de mercado, publica regularmente atestados de reservas que alega serem o lastro de seu token. Embora o emissor admita que os dados disponíveis “podem não refletir os tokens Tether em circulação no momento em que as informações são revisadas”.
De qualquer forma, a abordagem “modular” e “personalizável” da Pyxtrial permite que os reguladores adaptem sua tecnologia a diferentes configurações em todo o mundo, de acordo com o relatório. Essa flexibilidade significa que a Pyxtrial também poderia ser aplicada a outros ativos digitais.
Como prova de conceito, a Pyxtrial demonstrou que uma solução tecnológica desenvolvida rapidamente pode apoiar os reguladores no rastreamento de passivos e ativos quase em tempo real.
Isso permitiria que as autoridades verificassem se as stablecoins estão sempre totalmente respaldadas, abordando a natureza irregular e limitada no tempo inerente aos métodos tradicionais de coleta de dados, de acordo com o relatório.
Apesar de seu sucesso inicial, a Pyxtrial precisa de mais testes e refinamentos antes de ser implementado em sua totalidade. A implementação e a operação eficazes exigirão pessoal qualificado para dar suporte aos usuários do sistema, diz o relatório.
O projeto também fornece insights sobre a criação de soluções de back-end com o objetivo de permitir uma interação das autoridades com dados dentro e fora da rede. Ainda não foi informado um prazo para a finalização de um produto resultante da tecnologia.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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