Banco Central da China contrata especialistas em blockchain e criptomoedas

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(Foto: Shutterstock)

O Instituto de Pesquisa de Moedas Digitais do Banco Central da China (PBoC) deixou evidente que o país deseja trabalhar em uma moeda digital nacional ao abrir quatro vagas de trabalho para profissionais da área de finanças e criptomoedas, conforme o South China Morning Post.

De acordo com o site, o anúncio dos cargos publicado na última quarta-feira (10) pela instituição, é parte do modelo regular de contratação anual do banco central para 2019.

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De fato, a procura de novos talentos para trabalhar a nova tecnologia internamente no desenvolvimento de moedas digitais é um indício de que o país tem se esforçado para desenvolver sua própria criptomoeda, diz o site.

As vagas anunciadas são para a área de Ciências da computação, Criptomoedas e Microeletrônica, esta última é voltada à integração de circuitos eletrônicos, segundo a descrição dos cargos.

Este profissionais serão responsáveis por pesquisas e desenvolvimento de softwares, modelos de criptomoedas e chips usados em tecnologia de moedas digitais.

De acordo com a site, candidatos com experiência em Tecnologia Blockchain e Big Data terão preferência para ocupar as funções.

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Procurado pela redação do South China Morning Post, o funcionário responsável pelo processo de contratação da instituição recusou-se a fornecer mais informações quando foi provocado via telefone.

China e repressão ao Bitcoin

A China é um dos países mais rigorosos na vigia de produtos criptoeconômicos e proíbe negociação de bitcoins e outras criptomoedas.

O país pode não reconhecer o bitcoin como uma moeda legal, mas parece ter uma visão clara de uma alternativa emitida pelo estado.

No ano passado, em uma reunião organizada pela União Internacional de Telecomunicações, Yao Qian, diretor do instituto, teria se vangloriado do potencial de uma moeda digital estatal.

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Em março deste ano, Zhou Xiaochuan, governador do PBoC na ocasião, disse acreditar que as criptomoedas não poderiam ser consideradas um método legítimo de pagamentos. Apesar disso, ele nunca foi linha dura contra elas.

No mesmo período, durante uma reunião política em Pequim, Xiaochuan disse que uma moeda digital ideal de Pequim deveria garantir o bom funcionamento das políticas de estabilidade monetária e financeira e ao mesmo tempo proteger os consumidores, notou o site.

Proibição já fez um ano

A China proíbe Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs) e exchanges de criptomoedas desde de setembro do ano passado, quando as empresas do setor receberam intimação e instrução para o encerramento das atividades.

O argumento usado contra o desenvolvimento do setor criptoeconômico foi de que essas empresas atuavam sem uma licença formal.

China só quer a tecnologia por trás do Bitcoin

Mesmo mantendo uma linha severa contra as criptomoedas e as ICOs, a China tem tido foco positivo na tecnologia blockchain.

Em junho deste ano, o Instituto de Pesquisa do Ministério da Indústria e da Informação da China (CCID) ressaltou que o índice mensal que o órgão tem feito sobre as plataformas blockchains (iniciado em maio) demonstra “a confiança do governo chinês” na tecnologia oriunda do bitcoin.

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Eles acreditam que ela servirá como um “guia” para a vanguarda tecnológica do país.

No início do mesmo mês, o presidente da China Xi Jinping havia considerado o blockchain como “a nova geração de Tecnologia da Informação”.

Mineração

A atividade de mineração é, por enquanto, a única do setor criptoeconômico que não é afetada pelas autoridades em grande escala. É que algumas cidades têm manifestado contra fazendas de mineração, mas a maioria usa como argumento o uso ‘informal’ de eletricidade.

Em julho, autoridades da região autônoma da China, Xinjiang Uyghur, consideraram ilegal a atividade de mineração usando o mesmo argumento e solicitaram o encerramento das empresas do setor.

O documento, que exigia que empresas de serviços públicos fechassem operações ilegais de mineração de bitcoin na jurisdição definiu a atividade como “entidade de negócios não licenciados”, ou seja, operação não registrada pelo governo local.


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