O Banco Central do Kuwait (CBK) publicou no último sábado (22) um alerta sobre os riscos em investimentos em criptomoedas devido à falta de regulamentação do setor no país. Segundo a entidade, a publicação faz parte de uma ação batizada de ‘Diraya’ que foi lançada em janeiro deste ano. Liderada pela Associação de Bancos do Kuwait (KBA), a campanha visa a conscientização financeira para o cidadão.
Segundo CBK, o alerta sobre os altos riscos de investimentos em criptoativos é um esforço para aumentar a consciência financeira e encorajar as atividades de responsabilidade social do setor bancário do Kuwait que, assim como em outros países, teve um aumento no acesso a serviços e transações financeiras com a evolução das fintechs.
“O CBK adverte contra a negociação de criptoativos, como Bitcoin, Ethereum, Dogecoin, etc. Essas negociações apresentam um alto risco e uma série de consequências negativas para os revendedores em vista da natureza desses ativos e da alta flutuação de seus preços”, escreveu o órgão, acrescentando que quem corre maior risco são especialmente as pessoas físicas.
O órgão falou também sobre a condição atual do setor devido à inexistência de qualquer instituição ou órgão que possa controlar ou regulá-lo, bem como sua propagação livre nas redes sociais. “Esses ativos não estão sujeitos à regulamentação ou supervisão de nenhuma autoridade do Estado do Kuwait, o que pode significar grandes perdas para os especuladores e maior risco de fraude”, ressaltou.
A entidade concluiu que lidar com criptoativos oferecidos por emissores não identificados e negociados com nomes fictícios deixa amplo espaço para usos ilegais de fundos, transações não autorizadas e lavagem de dinheiro. Destacou também sua preocupação com o meio ambiente ao se referir ao alto uso de eletricidade nas operações de mineração e com o risco de violação de dados com ameaça de ataques virtuais.
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Kuwait quer proteger moeda ofical
“O CBK reitera que tais ativos não podem ser comparados à moeda real”, disse a entidade ao comparar o dinheiro virtual com a moeda impressa, justificando com o conceito de moeda oficial:
“A moeda real é emitida por um estado legal como moeda e símbolo de soberania, é regulada por autoridades estaduais, como bancos centrais ou instituições monetárias, é considerada e aceita como reserva de valor e curso legal e serve como um meio confiável para intercâmbio”.
Além disso, acrescentou o CBK, os estados se esforçam para proteger sua moeda real — o dinar kuwaitiano — e empregar políticas que garantam a estabilidade relativa da taxa de câmbio em relação às principais moedas mundiais.
Segundo dados de outubro de 2020 do Banco Mundial (Bird), o Kuwait possui uma população de 4,2 milhões de habitantes. No país, além da popular corretora Rain, o comerciante de criptomoedas também conta com as globais Binance e Coinbase.