“Baixam a cabeça pro Amoedo”, diz ex-candidato à prefeito de SP do Novo no Flow Podcast

Filipe Sabará não pode concorrer à Prefeitura de Sâo Paulo e ficou com R$ 200 mil em dívidas
Imagem da matéria: “Baixam a cabeça pro Amoedo”, diz ex-candidato à prefeito de SP do Novo no Flow Podcast

Felipe Sabará (Foto: Reprodução/Youtube)

“No Novo, os caras baixam a cabeça para o Amoedo”, disse Filipe Sabará, ex-Partido Novo, que tentou representar a legenda nas eleições deste ano para prefeito de São Paulo. O ex-aspirante a candidato falou sobre sua relação como partido e os motivos de sua expulsão durante entrevista no Flow Podcast na quarta-feira (04).

Segundo Sabará, ele foi expulso da legenda por não abaixar a cabeça para Amoedo, ex-presidente do partido. A decisão do Conselho de Ética do Novo foi unânime após análise de uma denúncia que expôs comentários políticos feitos publicamente pelo empresário; Sabará, tachou o grupo de “fraude”.

Publicidade

“São cinco caras que ficam lá assim: se precisar tirar alguém para não desagradar o Amoedo, alguém entra com uma denúncia, eles acatam e tiram o cara, entendeu?”, disse.

Conforme detalhou, da mesma forma que aconteceu com ele foi com o atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, hoje sem partido.

De acordo com Sabará, a gota d’água para sua saída foi uma denuncia de um jovem de Santa Catarina que pediu sua cassação por citações a obras de Paulo Maluf, ex-prefeito de SP, durante uma entrevista. O partido então viu seu comentário como inadmissível.

Mas tiveram outras coisas. Ele disse que o próprio partido agiu para prejudicá-lo com o que ele chamou de “jogadinha” de mídia.

Publicidade

Ele citou por exemplo, sobre sua formação acadêmica. Alguém do Novo supostamente teria questionado uma faculdade para saber se Sabará havia concluído graduação. A faculdade negou a conclusão do curso e a notícia foi parar nos jornais como se ele tivesse mentido.

“Eu nunca disse que me formei lá. Sempre disse que cursei”, afirmou Sabará, que tem em seu currículo o exercício de secretário durante a gestão do então prefeito de SP João Dória (PSDB)

“Me sinto enganado”

“Tem várias histórias de pessoas que não abaixaram a cabeça e foram expulsas”, disse Sabrá referindo ao sistema adotado internamente no partido. “É um organismo pra te tirar, não importa o que você responda”, disse ele, se referindo ao Conselho de Ética.

Atento à fala de Sabará, apresentador Monark soltou a premissa: “Então o Novo é a cadelinha do João Amoedo?”.

“É…”, respondeu Sabará, acrescentando: “Eu não queria que fosse cara. Eu me sinto envergonhado”.

“Perdi um puta tempo e me sinto megaenganado”. Isso porque, segundo Sabará, “um monte de trouxas investem para promover (ele e o partido) para depois o Amoedo concorrer a presidente de novo”.

Publicidade

“Na verdade, eles nem querem que você ganhe, apenas que fale o que eles querem. Só que você investe tudo para eles, entendeu?”

Sabará disse que arrecadou para o partido cerca de R$ 1 milhão para então ser usado na sua campanha. Com sua saída, o partido devolveu uma porcentagem do fundo para seus respectivos doadores.

Agora, o ex-candidato afirma que ficou com uma dívida de R$ 200 mil, pois já havia colocado gente para trabalhar com ele.

“É um esquema de pirâmide satânico”, disse Monark, ao que Sabará concordou:

“É mais ou menos isso, onde você se vira e faz tudo e depois os caras lhe capam”.