“No Novo, os caras baixam a cabeça para o Amoedo”, disse Filipe Sabará, ex-Partido Novo, que tentou representar a legenda nas eleições deste ano para prefeito de São Paulo. O ex-aspirante a candidato falou sobre sua relação como partido e os motivos de sua expulsão durante entrevista no Flow Podcast na quarta-feira (04).
Segundo Sabará, ele foi expulso da legenda por não abaixar a cabeça para Amoedo, ex-presidente do partido. A decisão do Conselho de Ética do Novo foi unânime após análise de uma denúncia que expôs comentários políticos feitos publicamente pelo empresário; Sabará, tachou o grupo de “fraude”.
“São cinco caras que ficam lá assim: se precisar tirar alguém para não desagradar o Amoedo, alguém entra com uma denúncia, eles acatam e tiram o cara, entendeu?”, disse.
Conforme detalhou, da mesma forma que aconteceu com ele foi com o atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, hoje sem partido.
De acordo com Sabará, a gota d’água para sua saída foi uma denuncia de um jovem de Santa Catarina que pediu sua cassação por citações a obras de Paulo Maluf, ex-prefeito de SP, durante uma entrevista. O partido então viu seu comentário como inadmissível.
Mas tiveram outras coisas. Ele disse que o próprio partido agiu para prejudicá-lo com o que ele chamou de “jogadinha” de mídia.
Ele citou por exemplo, sobre sua formação acadêmica. Alguém do Novo supostamente teria questionado uma faculdade para saber se Sabará havia concluído graduação. A faculdade negou a conclusão do curso e a notícia foi parar nos jornais como se ele tivesse mentido.
“Eu nunca disse que me formei lá. Sempre disse que cursei”, afirmou Sabará, que tem em seu currículo o exercício de secretário durante a gestão do então prefeito de SP João Dória (PSDB)
“Me sinto enganado”
“Tem várias histórias de pessoas que não abaixaram a cabeça e foram expulsas”, disse Sabrá referindo ao sistema adotado internamente no partido. “É um organismo pra te tirar, não importa o que você responda”, disse ele, se referindo ao Conselho de Ética.
Atento à fala de Sabará, apresentador Monark soltou a premissa: “Então o Novo é a cadelinha do João Amoedo?”.
“É…”, respondeu Sabará, acrescentando: “Eu não queria que fosse cara. Eu me sinto envergonhado”.
“Perdi um puta tempo e me sinto megaenganado”. Isso porque, segundo Sabará, “um monte de trouxas investem para promover (ele e o partido) para depois o Amoedo concorrer a presidente de novo”.
“Na verdade, eles nem querem que você ganhe, apenas que fale o que eles querem. Só que você investe tudo para eles, entendeu?”
Sabará disse que arrecadou para o partido cerca de R$ 1 milhão para então ser usado na sua campanha. Com sua saída, o partido devolveu uma porcentagem do fundo para seus respectivos doadores.
Agora, o ex-candidato afirma que ficou com uma dívida de R$ 200 mil, pois já havia colocado gente para trabalhar com ele.
“É um esquema de pirâmide satânico”, disse Monark, ao que Sabará concordou:
“É mais ou menos isso, onde você se vira e faz tudo e depois os caras lhe capam”.