B3 quer fazer custódia de Bitcoin para bancos e corretoras

A B3, operadora da Bolsa de Valores, apresentou em seu relatório anual propostas para oferecer custódia de cripto e outros serviços
Placa com o logotipo da b3

Shutterstock

A B3, empresa que opera a Bolsa de Valores do Brasil, divulgou seu relatório anual de 2023 e entre dados e projeções, apresentou seus planos para o mercado de criptomoedas, com destaque para a intenção de se tornar uma custodiante de Bitcoin (BTC) e outros ativos digitais para corretoras, bancos e demais empresas do setor.

No documento, a empresa diz que quer criar uma plataforma para “oferta de toda a infraestrutura para o mercado de ativos digitais”, o que inclui processo de tokenização, com a geração dos smart contracts; custódia; plataforma de negociação; facilitação de liquidação; e gestão de risco.

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“No nosso dia a dia, percebemos que muitas dessas empresas precisam de serviços de tecnologia que podemos oferecer de forma ágil, eficiente e personalizada, a partir da experiência que adquirimos no core business”, diz a B3.

Apesar de não deixar claro no relatório, esse posicionamento da B3 em relação à custódia de criptoativos está relacionado ao andamento da regulação do setor no Banco Central, que em sua recente consulta pública mostrou que o tema da segregação patrimonial é um dos mais importantes.

Neste cenário, o BC pode determinar que a custódia seja feita por empresas terceiras para garantir a segregação do patrimônio dos clientes e das corretoras, tornando a B3 uma potencial aliada das prestadoras de serviços cripto.

Além disso, a Bolsa destacou três frentes de atuação no setor cripto:

  • Cripto as a service: desenvolvimento de serviços automatizados, por meio de API, para instituições financeiras que oferecem criptoativos para seus clientes e que precisam lidar com uma cadeia operacional complexa, que envolve estabelecer relações comerciais com exchanges (intermediadoras entre vendedores e compradores de ativos digitais) e balcão de criptomoedas, enviar dólares para o exterior com frequência e fazer gestão do risco;
  • Infraestrutura institucional para ativos digitais: oferta de toda a infraestrutura para o mercado de ativos digitais, o que inclui: processo de tokenização, com a geração dos contratos inteligentes, custódia, plataforma de negociação, facilitação de liquidação; e gestão de risco;
  • Digitas Check – Proof of reserves: plataforma para garantir lastro de operações com ativos digitais realizados por mesas, fundos e exchanges.

A B3 também indicou que quer ampliar seu serviço de compra e venda de criptomoedas, feito pela B3 Digitas e que foi lançada em 2022 em parceria com a Inter Invest, plataforma de investimentos do Banco Inter.

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“A previsão é de que seja liberado de forma gradativa, à medida que os testes forem concluídos. Por meio da plataforma, os clientes podem comprar cinco tipos diferentes de criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Tether, Litecoin e Ripple“, diz a B3.