A B3 já estuda internamente o lançamento de um contrato de futuro de Ethereum e um mercado de opções dentro do segmento cripto. As informações foram divulgadas por Felipe Gonçalves, superintendente de produtos de juros e moedas da Bolsa brasileira, em evento organizado pela gestora de fundos QR Asset na segunda-feira (24).
O executivo apontou que a demanda pelos produtos já existentes — ETFs de criptomoedas e contrato de futuros de Bitcoin — é bem forte e isso motivou a Bolsa a estudar novas ações. No campo dos ETFs, a ideia é seguir fomentando os programas de liquidez.
As grandes mudanças vem de fato em outras duas frentes. Uma delas é o contrato de futuros, que estreou com o produto de Bitcoin, lançado no dia 17 de abril desse ano.
“Do lado de futuros, a gente começou recentemente o de Bitcoin. Ele é muito novo, seguimos em várias frentes para evoluir esse produto. Estamos olhando para novos contratos futuros, como o de Ether. Já estamos internamente estudando o produto”, disse Gonçalves.
Mas as possíveis novidades vão além: “É muito importante para complementar esse ecossistema o mercado de opções, inclusive para a entrada mais forte do investidor institucional. Quanto mais ativos temos ali para proteção, melhor para os investidores institucionais”.
O mercado de opções é uma ferramenta financeira avançada que permite aos investidores negociarem contratos que conferem o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo subjacente a um preço predeterminado dentro de um período específico.
Em um exemplo prático, se a B3 tiver esse produto, um investidor que acredita que o preço do Bitcoin vai subir pode comprar uma opção de compra, garantindo o direito de comprar Bitcoin a um preço fixo no futuro. Se o preço do Bitcoin realmente subir acima desse preço fixo, o investidor pode exercer a opção e comprar Bitcoin a um preço mais baixo, obtendo lucro. Se o preço não subir, o investidor só perde o prêmio pago pela opção.
Esse mecanismo de opção de não comprar e pagar apenas uma multa, é importante para a gestão de riscos de investidores institucionais, que podem decidir entrar com mais força nesse mercado.
Já no no mercado futuro, o investidor se compromete a comprar ou vender um determinado tipo de ativo em uma data futura com um preço pré-determinado, de acordo com seu perfil de risco e estratégia.
Números dos ETFs cripto no Brasil
Gonçalves divulgou na palestra os números do setor cripto dentro da B3. São 14 ETFs de criptomoedas (um deles é um BDR de ETF), com um patrimônio líquido total de R$ 5 bilhões e 180 mil investidores.
Em 2024, esses ETFs movimentaram em média R$ 52 milhões por dia, com um pico de R$ 200 milhões em um só pregão. Desses R$ 52 milhões de média, R$ 15 milhões representam negociações de ETFs de Bitcoin e R$ 6 milhões de ETFs de Ethereum.
Os investidores pessoas físicas e estrangeiros correspondem a dois terços do volume aplicado nos ETFs de cripto, e os institucionais são responsáveis por um terço.
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