Após polêmica, Ubisoft afirma que jogos NFT serão uma “grande mudança que levará um tempo” para acontecer

A publicadora está avançando com seus planos de NFT e se “manterá fiel” a seus princípios em meio a uma parceria com a startup cripto Aleph.im
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Foto: Shutterstock

Recentemente, a Ubisoft se tornou a primeira gigante empresa tradicional de videogames a implementar tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) em seus jogos com o lançamento de sua plataforma Quartz, desenvolvida no blockchain Tezos, mas a publicadora sofreu muitas críticas de jogadores.

Nesta terça-feira (21), junto com o anúncio de uma nova aliança com Aleph.im, a Ubisoft discutiu a reação dos fãs com o Decrypt, chamando NFTs de videogames de “grande mudança” para jogadores.

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Quando os colecionáveis tokenizados foram lançados no jogo de tiro on-line Ghost Recon Breakpoint este mês, muitos fãs chamaram os itens digitais de edição limitada de inúteis ou uma perseguição cínica de tendências.

Outros sugeriram que o plano da Ubisoft iria prejudicar o meio ambiente, apesar de seu uso do Tezos, um blockchain proof of stake, considerado como uma alternativa sustentável à principal plataforma NFT, a Ethereum.

De qualquer forma, a Ubisoft avançou com seus planos, diferente do GSC Game World com NFTs planejados para S.T.A.L.K.E.R. 2, ou o aplicativo de mensagens com foco em jogos Discord com sua própria integração a uma carteira cripto.

Ambas essas empresas suspenderam suas respectivas iniciativas após oposição de usuários e fãs.

Nesta terça-feira, a Ubisoft anunciou uma parceria com Aleph.im para fornecer armazenamento descentralizado para seus NFTs, chamados de “Digits” na plataforma Quartz.

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Didier Genevois, diretor técnico em blockchain na Ubisoft, respondeu às perguntas do Decrypt sobre a reação à inicial implementação de NFTs no jogo deste mês.

“Recebemos muito feedback desde o anúncio e ouvimos tanto o encorajamento como as preocupações”, disse ele. “Entendemos de onde vem o sentimento em relação à tecnologia e precisamos continuar levando-o em consideração em cada etapa do caminho.”

Genevois continuou: “Esse experimento foi feito para entender como a proposta de valor da descentralização pode ser recebida e acolhida por nossos jogadores. Sabemos que é uma grande mudança que levará um tempo, mas nos manteremos fiéis aos nossos três princípios”.

De acordo com Genevois, os princípios da Ubisoft são “usar a tecnologia de forma responsável” e “desenvolver um ambiente seguro” para jogadores explorarem a forma como NFTs funcionam, “apenas alavancando blockchains proof of stake energicamente eficientes” e “focar em propostas de valor significativas para jogadores que se beneficiam de sua experiência de jogabilidade”.

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Um NFT atua como uma prova de propriedade para um objeto digital e único – neste caso, itens exclusivos de videogames, como armas e equipamentos. NFTs do Ghost Recon da Ubisoft podem ser revendidos por meio dos mercados secundários da Tezos.

Outros NFTs de videogames podem ser ativos interoperáveis, permitindo seu uso em diversos jogos e plataformas on-line.

Acolhendo a Aleph.im

O lançamento da plataforma Quartz da Ubisoft vem após anos de exploração na indústria cripto.

A publicadora, responsável por franquias como Assassin’s Creed e Just Dance, criou seu primeiro protótipo de jogo cripto inspirado em Minecraft chamado HashCraft e o exibiu em 2018, mas não o lançou.

Em 2020, a Ubisoft lançou uma iniciativa NFT temática de Rabbits para a caridade e, em seguida, este ano, apresentou a One Shot League, um derivado do jogo de esportes virtuais NFT desenvolvido na Ethereum Sorare.

Em outubro, a Ubisoft fez seu primeiro investimento formal em uma startup cripto, participando da rodada de US$ 65 milhões da Animoca Brands, com planos de colaborar juntas em jogos focados em NFTs.

A publicadora também apoiou diversas startups cripto por meio de seu programa de aceleração Entrepreneurs Lab.

A rede distribuída em nuvem Aleph.im foi escolhida como um dos projetos em maio e, em seguida, a Ubisoft concordou em executar um dos principais nós de canais da Aleph.im em julho. O anúncio desta semana formaliza a crescente relação entre a Ubisoft e o projeto.

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“Nosso principal objetivo com a Ubisoft Quartz é exigir o real valor da descentralização para nossos jogadores”, afirmou Genevois.

“Aleph.im teve um papel fundamental na realização de nossa visão ao permitir que déssemos um passo a mais e descentralizássemos o armazenamento dos ativos em vídeo e metadados dos Digits.”

Antes de interagir com a plataforma da Aleph.im, Genevois afirmou que a Ubisoft teria de armazenar metadados de NFTs (informações fundamentais sobre o ativo e seu propósito) em servidores centralizados ou por meio do InterPlanetary File System (IPFS), uma rede de compartilhamento de arquivos operada por usuários.

Aleph.im garante o armazenamento a longo prazo por meio de sua própria rede descentralizada e permite que a Ubisoft atualize os metadados dos NFTs ao longo do tempo.

A Ubisoft, que também é uma validadora corporativa da rede Tezos, apresentou NFTs exclusivos para Ghost Recon Breakpoint (todos os itens são completamente gratuitos) em três dias distintos este mês.

A publicadora sugeriu que haverá outras distribuições de NFTs em 2022, mas ainda precisa anunciar a integração de NFTs em uma de suas outras franquias populares de jogos.

Apesar das críticas, a Ubisoft está continuando com seus planos NFT enquanto outra grande publicadora Square Enix anunciou seus próprios planos de jogo cripto e Andrew Wilson, CEO da Electronic Arts, sugeriu que NFTs serão “uma importante parte do futuro de nossa indústria”.

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Jonathan Schemoul, fundador da Aleph.im, disse ao Decrypt que ele acredita que “grande parte das publicadoras acabará propondo suporte a NFTs internos ao jogo”, citando possíveis benefícios, como ativos interoperáveis.

“Isso seria um grande avanço, tornando a experiência de jogos ainda mais agradável”, acrescentou.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.